Ao subir para o segundo andar, Esther avistou uma porta entreaberta. Marcelo certamente estava lá dentro.
Com um olhar frio e determinado, ela arregaçou as mangas, abriu a porta e anunciou, firme:
— Marcelo, para de se esconder e assume as coisas de frente, tá bem? Será que você consegue...?
Mas o que ela viu fez as palavras desaparecerem de seus lábios. Parada na porta, Esther encarou a cena com os olhos arregalados.
Marcelo estava deitado no chão, cercado por garrafas de bebida vazias, com uma delas ainda na mão, pela metade. Era óbvio que ele havia passado o dia todo bebendo.
Esther tinha chegado ali fervendo de raiva, pronta para despejar nele tudo o que estava entalado em seu peito, disposta a atingi-lo sem piedade, a ponto de ferir seu orgulho. Mas ao ver o estado dele, a expressão vazia, o corpo abandonado no chão, o cheiro forte de álcool, sentiu sua fúria murchar.
Era uma visão desconcertante de alguém que ela jamais esperaria ver tão devastado.
Por um momento, ela só ficou