— Não precisa. A comida aqui é boa, mas hoje só comi muito porque estava com fome. — Esther respondeu, tentando manter um tom casual. A última coisa que queria era que Marcelo se preocupasse ainda mais com ela.
Toda essa atenção a fazia se sentir em uma corda bamba, prestes a despencar a qualquer momento. Quanto mais ele se dedicava a ela, maior parecia ser a dívida que ela teria que pagar, um preço que a assustava.
Ela respirou fundo, tentando dissipar o desconforto que se instalava no peito, e perguntou:
— Estou cansada, posso ir descansar agora?
— Pode sim. — Marcelo respondeu suavemente.
Finalmente aliviada, Esther subiu rapidamente as escadas, quase correndo.
No dia seguinte, ela poderia ir para o escritório e talvez não precisasse mais ficar naquele lugar sufocante. Após o trabalho, poderia voltar para casa, para o seu próprio espaço.
Assim que entrou no quarto, Esther sentiu seus ombros relaxarem um pouco. Mas sua paz foi interrompida ao ouvir o som da porta se abrindo atrás