Joaquim colocou a filha na cama com cuidado e, com um leve tom de culpa, disse:
— Otília, papai não veio para brigar com você, não precisa ter medo de mim.
Otília recuou um pouco, ainda cuidadosa, e perguntou desconfiada:
— Então você veio me levar ao psicólogo?
— Não. — Joaquim respondeu suavemente. — Papai veio para te pedir desculpas. Eu não investiguei direito antes e quase te acusei injustamente. Você pode me perdoar?
Os olhinhos negros e brilhantes da menina estavam cheios de dúvida. Incrédula, ela perguntou:
— Você não está mais bravo comigo de verdade?
Joaquim suspirou e explicou:
— Embora o erro dessa vez não tenha sido seu, você não deveria ter escondido as coisas de mim e da sua mãe, tentando resolver tudo sozinha. Você não confia na gente? Como pode achar que te abandonaríamos?
Otília abaixou a cabeça, se sentindo culpada, e respondeu:
— Mamãe já brigou comigo por isso. Eu prometo que não vou mais acreditar na vovó. Eu só vou confiar no papai, na mamãe e no Adriano.
Joaquim