Otília pensou que, depois de terminar sua punição, provavelmente ainda teria que passar a noite fazendo lição de casa, o que a fez sentir que estava vivendo uma vida extremamente amarga.
Além disso, ela estava de pé na porta do quarto, onde todas as empregadas que passavam podiam vê-la. Otília achava que aquilo era extremamente humilhante.
Quando chegou o meio-dia, Otília massageou suas pequenas pernas doloridas e só conseguia desejar que o tempo passasse mais rápido. Foi então que Solange apareceu, trazendo um grande saco de lanches.
— Minha netinha, você está fazendo a sua avó sofrer de preocupação. — Disse Solange enquanto tirava os lanches. — Coma rápido. Sua mãe não gosta de você, não se importa com você, mas sua avó, sim!
Otília ficou profundamente comovida e, com a voz embargada, respondeu:
— Obrigada, vovó. Mas mamãe não me deixou comer, e se Dora contar para ela, mamãe vai ficar ainda mais brava comigo.
Solange riu suavemente e disse:
— Não se preocupe, Dora acabou de sair, e