Ao ouvir a voz de Lorena, tão cautelosa e cheia de desespero, o coração de Ademir se apertou de uma maneira que ele não soube explicar.
Ele queria correr até a loja de instrumentos para ver Lorena, mas, por fim, Ademir permaneceu sentado na cadeira do café do outro lado da rua, olhando através da janela de vidro, observando de longe aquela figura delicada e frágil no interior da loja.
— Dr. Ademir, por favor, não se envolva mais. — Lorena disse, com firmeza e amargura na voz. — Eu não mereço isso de você.
Ademir sorriu suavemente, mantendo a calma, e respondeu:
— Já salvei a vida de um assassino, quando nenhum outro médico se atrevia a fazer uma cirurgia nele. Eu o fiz, e com sucesso. Mesmo um criminoso merece que eu faça esse esforço por ele, quanto mais uma pessoa boa como a Srta. Lorena.
As palavras de Ademir encheram o coração de Lorena de algo que ela não conseguia identificar direito, mas que a fez se emocionar até as lágrimas se formarem nos seus olhos.
Lorena se eng