Com o som de um estalo, os cacos de vidro se cravaram na carne de Duarte.
Duarte franziu a testa com força, como se apenas aquela dor fosse capaz de preencher o vazio que havia em seu coração, aquele espaço vazio e desolado.
O lavatório do banheiro logo se tingiu de vermelho com o sangue.
Lorena deu um olhar fugaz, arrastando seu corpo cansado para fora do banheiro.
Ela não sentia mais dor, não se preocupava mais.
O sangue de Duarte, comparado à morte do irmão de Lorena, comparado ao fato de que Duarte destruiu tudo o que Lorena tinha, o que era aquilo diante de tudo o que já havia acontecido?
Alguns momentos depois, Duarte saiu do banheiro, com a mão ferida ainda sangrando.
Os lábios de Duarte estavam pálidos, e mesmo sentado no sofá, ele não parecia se importar em cuidar da ferida, mostrando um rosto de desespero.
Lorena abriu a gaveta e pegou o livro que Ademir lhe havia emprestado.
A capa do livro já estava marcada por profundos sinais de uso, e Lorena já o havia lido duas vezes po