Manuel havia falado tanto, mas Rosana parecia ter entendido, e ao mesmo tempo, não entendido nada.
Tudo aquilo parecia tão repentino para ela, como se, ao fechar os olhos por um instante, o mundo inteiro tivesse desabado.
Ela foi até o guarda-roupa, começando a arrumar suas coisas.
Mas, à medida que recolhia seus pertences, Rosana percebeu que tudo ali pertencia a Manuel. Quase nada era dela.
A pessoa mais importante e mais preciosa em seu coração, a que ela mais amava, não era alguém que poderia levar consigo.
Rosana desceu as escadas com a mala, mas Manuel não a seguiu.
Quem veio ao seu encontro foi Dona Maria, que, ao vê-la descer daquele jeito, ficou visivelmente surpresa.
— Você também vai viajar? — Dona Maria perguntou, com um olhar desconfiado. — Como assim, Manuel acabou de voltar e você já vai sair?
Rosana olhou para Dona Maria, e apesar de todas as vezes em que essa mulher a desprezou e humilhou, ela podia ver que Dona Maria agora realmente se importava com el