As lágrimas de Rosana escorriam uma a uma, molhando a camisa cara de Manuel, e isso fez com que o coração dele se apertasse de tristeza.
Embora Rosana o xingasse, ela o abraçava com força, como se fosse uma vida que não conseguisse soltar.
O que antes parecia um ato de raiva, agora transbordava em dor e desespero. Manuel encostou o queixo no topo da cabeça de Rosana, como se estivesse abraçando um tesouro que tinha perdido e depois reencontrado. Sua voz, suave e cheia de compaixão, soou:
— Sim, eu sou o vilão, todas essas coisas são culpa minha.
Manuel segurou o rosto de Rosana, molhado de lágrimas, e com o dedo, suavemente, começou a limpar cada uma delas.
— Não chore mais, meu coração dói ao te ver assim.
Mas quanto mais ele falava, mais Rosana chorava, sem conseguir parar.
Desesperado, Manuel a apertou contra si, com paciência, tentando acalmá-la:
— Então, quando você voltar para casa, pode me bater o quanto quiser, tudo bem? Pode me bater, mas eu não vou revidar.