Rosana falou com a voz embargada:
— Desculpe, Natacha, eu engravidei e ainda te fiz se preocupar com a minha situação. Eu realmente não sou nada...
— Rosa, não diga isso. — O tom de Natacha estava cheio de dor, tentando confortá-la. — Somos amigas há tantos anos. Se não me preocupar com você, quem mais vai? Fica em casa esperando, vou passar aí para te pegar depois do trabalho.
Rosana fez uma pausa antes de responder:
— Tá bom.
Após desligar o telefone, Rosana passou a mão sobre a barriga. Mesmo com toda a dor que sentia, ela não podia evitar: amava aquele bebê. Mas, ao mesmo tempo, sabia que não podia deixar que a criança nascesse sem pai, que fosse rejeitada pela sociedade.
Rosana cresceu em uma família monoparental, e sabia bem o que era viver sem a presença de um dos pais. A dor de não ter o apoio deles era algo que a marcava profundamente.
Apesar de Rosana entender com clareza o que precisava fazer, parecia que o bebê, de algum modo, sentia a angústia da mãe. Ela sentiu uma dorzi