Maya
Nunca havíamos conversado sobre filhos. Afinal, nunca nem mesmo havíamos falado de casamento antes. Mas confesso que a sua resposta direta me deixou com uma pequena tristeza no peito. Casar e ter filhos sempre foram meus planos para o futuro. Agora, um deles eu teria de abrir mão e não seria o de me casar com Victor. Espero que o desejo avassalador de ter filhos não me atinja depois que nos casarmos. Se isso acontecer, será bastante difícil para mim.
— Tudo bem.
Aconcheguei-me novamente nos seus braços e permanecemos em silêncio até que ele adormeceu. Vagarosamente, levantei-me da cama e vesti a sua camisa, que estava jogada no chão. Caminhei até a poltrona perto das portas, que levavam para a varanda, e peguei o meu celular dentro da bolsa. Já passavam das duas da manhã e havia uma mensagem do meu pai.
Desculpe-me, filha.
Sei que a chateei.
Não medi as palavras que usei.
Não foi minha intenção magoá-la.
Papai
09:12 p.m.
Está tudo bem.
Nos vemos amanhã.
Boa noite.
Maya
02:33 a.