Sentado no confortável sofá, tomando Glenfiddich, Yaman espera pacientemente por Amora. Ele vê que estão alguns minutos atrasados, porém seu semblante continua sereno como a noite.
Logo a sua espera acaba ao ouvir a porta ser aberta e Amora adentrar a sala deslumbrante com seu longo e elegante vestido vermelho. O decote sutil em V realça sua feminilidade, enquanto o tecido fluido cai suavemente em suas curvas, criando uma silhueta elegante e sedutora. O vestido possui detalhes delicados de renda preta, que adicionam um toque de sofisticação e mistério. Nos pés, ela usa um par de sapatos de salto alto pretos, com tiras delicadas que envolvem o tornozelo, adicionando um toque sensual ao seu visual. Os sapatos possuem detalhes em pequenos diamantes que brilham delicadamente a cada passo que ela dá em direção a Yaman. Ele sorri para ela sem dizer uma única palavra, enquanto termina de tomar seu Glenfiddich. Para completar o visual, Amora usa joias discretas, mas elegantes: um par de brincos de pérola e um colar de prata com um pingente delicado. Seu cabelo está elegantemente penteado em um coque baixo e despojado, com algumas mechas soltas que emolduram o seu rosto, enquanto a maquiagem é suave e natural. Yaman levanta-se, olhando minuciosamente para ela, e diz: — Está muito deslumbrante, Amora. Tenho certeza de que todos os olhos irão se voltar para você hoje. — Obrigada, mas confesso que estou nervosa, pois nunca me vesti tão elegantemente antes. – responde, um pouco apreensiva. — Não precisa ter medo, estarei lá com você! – sua fala é gentil. — Espero não fazer a gente passar vergonha. Já estou achando que é uma má ideia! – sua mão está gelada e suando. — Não seja negativa, até parece que não confia em mim! – Yaman diz sorridente. — Acertou, não confio. Nos conhecemos agora, nem deveria sair com você, principalmente por carregar um rei na barriga! – foi sincera. — Agora precisamos ir – afirmou. Ele oferece o seu braço para que Amora se apoie, então ela aceita, depositando sua mão suavemente no braço dele. Eles caminham por alguns corredores, fazendo o trajeto para a casa principal. Logo, Amora ouve uma melodia suave. — Vocês estão dando uma festa? – ela pergunta curiosa. – Se quisesse, eu poderia ter vindo ajudar com os preparativos. — Já lhe disse que trabalha apenas para mim. Meus pais têm vários empregados para ajudá-los. – adverte. Amora para por um momento e, ele a olha sem entender. — Eu posso mesmo entrar lá? Sua mãe não gostou da minha chegada aqui! – Amora acaba lembrando a tensão daquele momento. — Não preciso de permissão para trazê-la comigo. – proferiu, fazendo com que ela continue caminhando. Eles adentram a enorme sala, que está perfeitamente arrumada, demonstrando a extravagância que o luxo tem. Amora fica um pouco tímida com os olhares em cima dela e de Yaman. Ele nota e consequentemente coloca a mão em sua cintura, como se marcasse um território que não lhe pertence! Yaman conversa com alguns amigos íntimos da família e pode ver o modo como algumas mulheres se comportam com Amora. Yaman os leva até seus pais, porém sua mãe não disfarça sua desaprovação por Amora estar ali com ele. — Yaman, vocês parecem um casal! – seu pai expressou, abraçando-o. A expressão no rosto de Nadi é puro desgosto com o comentário de Ömer. Ela vai até o filho, o beijando nas bochechas. — Veja como Amora está linda, Nadi. – Sr, Ömer comenta alegre. — Olá, Amora. Realmente está muito bonita. No entanto, pensei que sua companhia fosse Zeynep, meu filho! – Nadi diz num tom provocativo. Amora fica sem jeito e Yaman fecha a sua expressão para sua mãe. — Falando em Zeynep, olha ela vindo ali. Está tão linda como sempre. – Nadi alfineta, indo ao encontro de Zeynep. As duas abraçasse e trocam sorrisos amigáveis, Zeynep cumprimenta a família Bozkurt. — Olá, Sr. Ömer. Como está? – ela cumprimenta-o com um aperto de mão. — Zeynep, estou muito bem. E vejo pelo seu semblante que também está ótima, espero que aproveite a festa. — Obrigada, Sr. Ömer. Aproveitarei muito bem a recepção. – fala, enquanto olha para Yaman. Ela se aproxima de Yaman, abraçando-o, contudo, ignora Amora, o que a deixa desconfortável. — Sempre elegante, Yaman. Que tal me tirar para uma dança? – ela sai, puxando-o para se juntar aos outros casais. Em meio à dança, Zeynep diz: — Por que veio com essa empregadinha ao invés de mim? – o desprezo pode ser sentido em sua voz. — Não lhe devo explicações, Zeynep. Já tivemos esta conversa. – seu semblante e desprovido de emoções. — Você sabe que ainda te amo e que você não me esqueceu assim tão rápido – articula convencida. — Não comece com esse sentimentalismo barato. Não tenho tempo nem paciência para isso – a irritação o deixa inquieto. Ela pode notar a impaciência dele, no entanto não se importa. Eles dançam lentamente como um verdadeiro casal, as pessoas cochicham sobre eles. Enquanto isso, Amora fica sentada em uma mesa, sentindo a solidão. O garçom lhe serve algumas taças do Kalecik Karasi, e por não ter costume com a bebida, ela se sente um pouco tonta a cada taça consumida. No entanto, continua no mesmo lugar, saboreando o vinho tinto, sentindo o sabor de frutas vermelhas maduras, enquanto observa o casal da festa. Amora não consegue entender porque seu coração arde em desespero desde o momento que colocou seus olhos sobre ele, ela apenas balança a sua cabeça em desaprovação. Nadi deixa seu marido conversando com os convidados e senta-se ao lado de Amora. — Desde que chegou aqui, observei o seu deslumbre por Yaman. – Nadi menciona, enquanto observa o casal iniciar mais uma dança. – Ele não é para você, Amora. Se está lhe tratando bem, foi porque o Sr. Ömer pediu a ele. — Não sei do que está falando, Sra. Nadi. – Amora diz, sem expressar qualquer emoção que lhe denuncie. — Meu filho tem muitos atributos, e vocês não pertencem ao mesmo lugar. Yaman faz um belo casal com Zeynep, e assim deve continuar! – Nadi avisa, levantando-se e saindo, deixando Amora novamente sozinha. A dança termina, e Zeynep arrasta Yaman para longe da festa. Amora, percebendo para onde foram, decide segui-los para informar que está saindo da festa, pois quer descansar. No entanto, ao se aproximar deles, ela escuta Zeynep dizer: — Yaman, você deve mandar essa empregadinha embora, pois não a quero perto de você. – expressa aborrecida, sentindo ciúmes de Amora com ele. — Deixe de escândalos. Não a quero para mim, como você acabou de mencionar. Ela é apenas uma de minhas funcionárias, uma pobre coitada que meu pai está ajudando, senão ela estaria na rua a essa hora. – Ele responde, sem emoção, não pensou em medir as suas palavras. O coração de Amora se parte ao meio com as palavras proferidas por Yaman. Amora nunca pensou que sua presença fosse tão incomoda para ele, e agora pode sentir isso através das palavras soltas por ele.