Derick
Nada me faz sentir vivo.
Eu deveria estar focado. As armas estão sobre a mesa, desmontadas, frias, inertes, assim como eu. O cheiro de óleo e metal sempre teve um efeito quase terapêutico em mim, mas hoje, nem isso. Cada movimento é mecânico, limpar, montar, testar o mecanismo, e ainda assim, meu coração bate em um ritmo desigual, pesado, sufocante.
Nara.
O nome dela está tatuado na minha mente, queimando como uma ferida aberta que nunca cicatriza. A lembrança do seu cheiro, da suavidade da sua pele sob meus dedos, do brilho dos olhos dela quando me olhava... Agora, tudo isso é como um punhal cravado no meu peito.
Eu não tenho razão para continuar.
Jogo o pano impregnado de óleo na mesa, frustrado. A dor cresce, é insuportável. Preciso sair daqui.
Antes que perceba, estou dirigindo em direção à mansão Lambertini. É um impulso, uma necessidade irracional de encontrar algo que me ancore à realidade antes que eu me perca completamente. David está no trabalho, o que significa que L