David
A ansiedade corrói minha alma como um veneno silencioso. Amanhã, finalmente, serei empossado como Don, o título que desejei desde que tinha dez anos, mas que agora parece pesar toneladas em meus ombros. Cada batida do meu coração ecoa como um tambor de guerra, um lembrete constante de que estou a um passo de cruzar a linha entre o herdeiro preparado e o líder absoluto da máfia argentina. Não consigo pensar, não consigo respirar, e só há uma pessoa no mundo capaz de aliviar essa tormenta dentro de mim: Lizandra, sem pensar duas vezes ligo para a minha secretária.
— Nina, cancele tudo — digo, a voz firme, embora uma faísca de urgência transpareça.
— Tudo, senhor? — ela pergunta, hesitante.
— Tudo. É uma ordem!
Finalizo apenas um contrato e minutos depois, estou em casa. Entro como um furacão, as portas batem, meus passos ressoam pelo hall.
Lizandra aparece na sala, os olhos arregalados, uma mão protetora instintivamente repousa sobre a sua barriga, onde nossas filhas crescem. M