Ju... Depois da minha discussão com sheik ontem decidi dormir com a lua, ela não estava bem então uni o útil ao agradável. Acordei cedo e lua já não estava mais com febre, hoje preferi não enviar ela para a escola, fui no meu quarto e sheik já não estava mais, Jr também não estava, provavelmente estava com dona Simone. Tomo um banho, pego meu telefone e marco com um pediatra amigo da minha mãe de vir aqui olhar lua. Desço as escadas a procura de sheik mas realmente ele não estava, só Jr e dona Simone mesmo. Resolvo ligar pra ele. “Oi, aconteceu alguma coisa?” Ele pergunta assim que atende o telefone. “Não, você saiu cedo hoje...” Questiono. Sheik nunca saía antes de falar comigo e hoje ele saiu, as coisas realmente não estavam boas. “ Tive que resolver uns problemas...” “Daqui a pouco um médico conhecido da família vai vir aqui, autoriza a entrada dele, ele vai dá uma olhada na lua pra mim.” “Ela não melhorou ainda?” “Não teve mais febre, mas ainda está caidinha e quero s
Fiquei um bom tempo no banheiro chorando e pensando em como eu fui burra de acabar com a minha vida, quer dizer... Eu só tenho 19 anos, tenho dois filhos e só tenho o ensino médio, não tenho uma profissão, não sei cozinhar, nem habilitação tenho, como vou conseguir sozinha? Lavo o rosto e decido viver um dia de cada vez, hoje eu curtiria meus filhos e depois penso no amanhã. Nosso dia foi mimando a Lua, colocamos nosso colchão na sala, colocamos o filme dela preferido e assistimos nos enchendo de muita pipoca, chocolate e refrigerante. Lua ria, comentava sobre o filme, tacava pipoca no pai que ria lindamente e fazia cócegas nela, lua gargalhava de felicidade e eu com um choro travado na garganta sabendo que essa seria a última vez da nossa família assim, sorria escondendo tal sentimento. Sheik me olha, dou um sorriso forçado pra ele, mas ele me conhece muito bem, sabe a força que estou fazendo para não desabar. — Socorro mamãe... Lua gritava rindo das cócegas que o pai ainda fazi
— Mãe, a senhora sabe onde está meu celular? Lua anda pela casa igual uma doida atrás do aparelho. — Não, você não deixou no seu quarto. Respondo enquanto brinco no tapete com Jr. — Já procurei lá, mas não achei... — Pera aí, vamos vê a localização dele. Pego meu celular e mexo em um app que baixei para rastrear o telefone dela, iríamos nos mudar então eu queria saber cada passo dela quando não estivesse ao meu lado. — Ué, aqui diz que está na rua 9... Você esqueceu no carro do seu pai? A rua nove era o escritório do pai dela, a boca principal. — Então foi quando ele me buscou na escola, pede ele pra trazer pra mim. Ligo para o sheik, mas ele não atende então resolvo ir buscar... Deixo as crianças com Simone e vou até a boca, mas quando viro a rua já vejo sheik sentado no capô do carro e verônica a sua frente conversando, eles não estavam agarrados, nem tão próximos, estavam conversando normal, como um conhecido, mas ele ria e aquilo me incomodou. Ela me olha, abre um sorr
Vejo a casa dela e sigo igual um furacão, assim que chego próximo ao portão dela sheik me segura. — Ju, a mãe dela está doente! — Estou pouco me fodendo! Ela não pensou na mãe quando se meteu na nossa vida, não pensou nos nossos filhos! Não pensou que se você fosse um psicopata lunático poderia ter me matado, então estou me fodendo pra mãe dela! Bato no portão com força e uma senhora abre o mesmo. — Pois não... Ela nem termina de falar e eu já saio entrando portão a dentro, vejo verônica sair de um cômodo quando entro em sua sala. — Tá maluca, porra! Minha mãe tá doente! Ela diz nervosa. — Você sabia que minha filha também ficou doente por que você se meteu em algo que não foi chamada? — Não, Jhudy! Aqui não! Ela implora. Olha para a mãe dela que me olha sem entender nada e me dou conta de que realmente não vale a pena essa briga, se sheik não está preocupado, se meu relacionamento com ele já acabou mesmo, por que se humilhar tanto? E de toda forma, ela tem razão, tudo ac
Cheguei em casa e antes de ir no quarto de lua devolver seu celular, fui no meu, tranquei a porta e fui para o banheiro. Chorei, puxei meu cabelo, me bati, me arranhei, gritei sem emitir som... Eu estava com ódio dele, mas estava com mais raiva de mim, por ter me colocado nessa situação. Depois de quase uma hora e de ter tomado meu banho e de ter feito algumas ligações abro a porta do quarto, sheik já havia batido nela centenas de vezes e eu ignorei todas. Sheik estava sentado no chão, ele se levanta rapidamente e eu o ignoro, tento ir para o quarto de lua, mas ele segura me braço e me puxa para o quarto. — Vamos conversar! Ele diz desesperado. — Não temos mais o que conversar, acabou mesmo e eu vou embora hoje! Saio da frente dele e tento ir para o quarto da lua, mais sou impedida mais uma vez. — Me perdoa! Ele implora . Me viro pra ele, eu não estou chorando, não estou com vontade de chora, eu só estou puta pra caralhos, não só com ele, comigo também. — Não me dirija a pa
Whatsapp... — Como você está? — Hoje não muito bem. Respondo. — O que aconteceu desta vez? — A mesma coisa de sempre! “Jhu, abre essa porta! Meu pai grita do outro lado. — Não enche, pai! Grito. " Abre agora ou então vou arrombar! Reviro os olhos com tédio, mas me levanto e abro a porta." — Pronto, satisfeito? Digo e já dou logo as costas a ele, voltando para o meu celular. — Muito! Mantenha essa porta destrancada, ouviu! Respiro fundo e resolvo ignorar, fazendo ele resmungar algo que não prestei atenção e sair do meu quarto. — Ainda seu pai? — Como sempre! Ele pega no meu pé o tempo todo e eu já estou saturada. Volto a digitar bufando. — Falta pouco para você fazer 18 anos e se livrar dessa opressão! — Não vejo a hora, estou contando os dias. — Queria te encontrar... — No momento certo nos encontraremos, mas fala sobre você, como você está? Mudo de assunto e ele demora a digitar. Meu nome é... Bom, podem me chamar de Jhu, é assim que todos me chamam, tenho 17
Foram quatro horas tentando convencê-lo a me deixar na estrada, falei sobre o meu pai, sobre meu irmão, sobre meus padrinhos, mas ele não esboçava medo algum, era como se ele já soubesse quem eu era e já tivesse planejado tudo. Passamos por uma placa dizendo “Bem vindo a Penedo”, eu conhecia o local, já vim a passeio com meus pais em uma época em que eles eram felizes. Era uma cidade turística, conhecida como a Finlândia brasileira, eu só não entendia o por que ele estava me trazendo pra cá, já que aqui não era onde ele morava, pelo menos não foi o que ele me disse. — Meu Deus... Você mentiu pra mim?! Digo assustada. — Sobre o que? Sobre onde eu moro? Ele tem uma voz divertida e eu juro que a cada hora tenho mais pavor dele. — Marcell é pelo menos seu nome verdadeiro? Questiono. — Talvez sim, talvez não! Ele responde irônico. Paramos em frente a um conjunto de casas, casas simples. Era um corredor e passávamos por várias casas amarelas, uma grudada na outra e no final desse
Pegamos as sacolas e seguimos para a casa, a todo tempo ele olha pelo retrovisor. — Você ligou pra quem? Ele grita e eu acabo levando um susto. — Pra ninguém. Respondo gritando também e me arrependo na hora, por que sinto sua mão em cheio acertar minha boca que sangra na hora. — Fala direito comigo sua putinha mimada... Pra quem você ligou, porra! Ele grita mais uma vez. — Pro meu irmão, mas disquei o número errado no nervosismo. Digo chorando e tentando parar o sangramento. Assim que entramos em casa, Marcell já vai me jogando em cima do colchão. — Eu avisei, você não me ouviu... Marcell arranca o cinto que está prendendo suas calças e meus olhos se arregalam, sem demora já sinto a primeira cintada em minhas pernas. — Não grita! Ele diz enquanto me acerta outra e mais outra e mais outra... Estou encolhida no colchão, meu corpo está todo marcado, pernas, braços, minha boca está inchada e meu rosto tem marcas de sua mão. Marcell saiu de casa logo após me bater e não sei