Do outro lado, Juan colocou Alana com delicadeza no banco do carona e, em seguida, entrou no lugar do motorista. Seus olhos, cheios de ternura, pousaram sobre ela. Contudo, por trás dessa suavidade, havia uma dor evidente.A proximidade entre os dois era intensa, e, com um homem tão absurdamente bonito como ele ao lado, o rosto de Alana logo ficou ruborizado.— Você, chega pra lá! — Alana gaguejou, tentando afastá-lo.Mas Juan não deu ouvidos. Ele se inclinou ainda mais, até que seu corpo quase encostasse no dela. Sua voz grave e carregada de culpa ecoou:— Me desculpe, Lana. Foi por minha causa que você passou por isso.As palavras de Juan estavam impregnadas de autocrítica. Ele se culpava profundamente por ter permitido que Alana fosse machucada.Desde o momento em que entrou no local e viu Alana cercada por aqueles homens, com sangue no canto de sua boca, Juan só conseguia pensar em eliminá-los um por um. Ele queria que todos eles pagassem com a vida por terem ousado encostar na mul
Alana reconheceu que as marcas em seu pulso eram resultado de sua própria luta para se libertar. Meio sem jeito, ela puxou a mão para trás.— Não é nada, são só pequenos arranhões.Mais uma vez, Alana tentou afastar Juan:— Saia, por favor. Eu consigo me virar sozinha.A expressão de Juan escureceu. Ele não esperava que, mesmo naquele momento, Alana ainda se recusasse a ser honesta com ele. Por que ela não podia simplesmente se abrir e contar tudo o que havia acontecido?— Você acha que isso são apenas pequenos arranhões?Alana, sem perceber o tom grave na voz de Juan, continuou falando casualmente:— Sim, não é nada. Vou dormir e amanhã já estarei bem.Ela queria apenas tomar um banho rápido e, mais uma vez, tentou pedir que Juan saísse. Mas, ao levantar os olhos, encontrou o olhar profundo e penetrante dele.— O que foi? — Ela perguntou, meio confusa.— Lana, eu espero que, daqui pra frente, você não tente ser tão forte assim. — A voz de Juan era cheia de preocupação e ternura. — Voc
Sentindo o cuidado de Juan em cada gesto, Alana não podia negar que estava tocada. Contudo, ao lembrar do caderno de anotações dele e do "primeiro amor", seu humor ficou inexplicavelmente sombrio.Ela não entendia de onde vinha aquela sensação incômoda. Talvez fosse porque se lembrou de um sentimento antigo e escondido, uma paixão secreta que havia guardado no fundo do coração, mas nunca teve coragem de confessar.Juan, por sua vez, estava concentrado. Ele observava as mechas de cabelo de Alana como se fossem algo precioso, quase sagrado. Seus movimentos eram meticulosos, como se temesse machucá-la, e seus olhos refletiam uma atenção rara. Aquelas mãos, que estavam acostumadas a assinar contratos milionários, agora estavam ocupadas secando os cabelos dela com todo o cuidado do mundo.Se Edgar visse essa cena, certamente acreditaria que porcos poderiam voar.Quando Juan finalmente terminou de secar os cabelos, Alana já havia parado de se perder em pensamentos. A confusão em seu coração
Uma noite tranquila. No dia seguinte. Quando Alana acordou, tomou o café da manhã preparado por Juan como de costume. Desde o ocorrido no dia anterior, ela já conseguia se sentir à vontade ao lado dele. Aqueles pensamentos confusos e cheios de questionamentos já não a perturbavam mais. Afinal, todos têm segredos e coisas que preferem manter escondidas. Por que insistir em desvendar tudo? Eles já eram adultos, e cada um precisava de seu próprio espaço. — Este ovo frito ficou muito bom hoje.Alana comentou casualmente, com um leve sorriso. Juan parou por um instante, surpreso. Ao olhar para ela, viu seu rosto iluminado por um sorriso genuíno. Ele não conseguiu evitar que um sutil sorriso também surgisse em seus lábios:— Se você gostou, da próxima vez farei igual. — Combinado. A interação entre eles fluía de forma muito mais natural do que antes. Alana parecia finalmente relaxada, e Juan sentia que o gelo entre eles havia começado a derreter. Depois de terminar o café da ma
Alana estava concentrada em seu computador, revisando cada ideia e proposta, enquanto diversos cenários passavam por sua cabeça. Seus esforços e a situação envolvendo Iva já haviam chegado aos ouvidos de Liz e Laura. Ao mesmo tempo, na casa da família Alves, Laura havia decidido não ir à empresa naquele dia e estava em casa com Liz. Desde o incidente com Nelson, quando Liz saiu de casa furiosa, o clima entre as duas ainda estava um pouco desconfortável. Liz olhava para Laura, que, com sua postura impecável, lia um livro enquanto tomava um café. Laura, com a expressão tranquila, não parecia disposta a iniciar uma conversa, o que deixava Liz inquieta. Liz apertou os punhos discretamente. Apesar de Nelson já ter explicado a situação para Laura, ela sabia que, mesmo aparentando ter perdoado Nelson, a mãe ainda precisava de tempo para processar tudo. Afinal, Alana tinha provas concretas, uma gravação em mãos e aquilo era difícil de ignorar. Liz resolveu romper o silêncio: — Mãe, fi
Desde pequena, Liz tinha uma saúde frágil. Talvez fosse por isso que Laura sempre foi mais paciente e cuidadosa com ela. Além disso, Liz era... Laura apertou os lábios ao pensar nisso. Depois de um breve momento, ela olhou para Liz e disse: — Você é muito atenciosa, minha filha. Eu entendi. Vou conversar com sua irmã. Você tem razão, para conquistar o respeito das pessoas, a opinião de quem está abaixo também é importante. Não podemos agir de forma impulsiva. Liz sorriu, com um brilho satisfeito no olhar: — Fico feliz que a senhora me entenda, mãe. Eu só quero o melhor para minha irmã. — Boa menina. — Laura deu um leve tapinha no dorso da mão de Liz e mudou o tema da conversa. — Minha filha, você é realmente uma boa garota. Eu sempre soube disso. Mas me diga, o que você pretende fazer sobre o Nelson? Aquele assunto ainda era uma ferida incômoda no coração de Laura. Afinal, eram suas duas filhas, e agora, por causa de um homem, a situação havia se tornado tão constrangedora.
Laura sempre foi rigorosa com Alana, mas, com Liz, era diferente: ela sentia mais compaixão. Liz, desde pequena, teve a saúde frágil e sempre foi mais sensível e compreensiva. Não importava o que fosse, Liz sempre parecia pensar na perspectiva da mãe. Por isso, entre Alana e Liz, Laura, no fundo, tendia a ser mais parcial com Liz, mesmo que não soubesse expressar isso claramente. Além disso, as responsabilidades da empresa frequentemente a deixavam sobrecarregada, e ela raramente tinha tempo para se preocupar com outros assuntos. Justamente por isso, às vezes Laura acabava negligenciando as dinâmicas e conflitos entre suas filhas. — Liz, não importa o que aconteça, se você sofrer alguma injustiça, venha e me conte. Eu estarei sempre do seu lado. Liz assentiu, com um semblante obediente: — Mamãe, eu sei. Obrigada.— Certo, agora vá se ocupar. Liz finalmente saiu do abraço de Laura e se retirou. Assim que voltou ao quarto, entretanto, sua expressão mudou completamente. Ela ol
Desde o último encontro, Diego não conseguiu mais nenhuma notícia de Alana. Essa ausência o deixava cada vez mais inquieto. Mesmo os informantes que ele havia enviado não conseguiam obter informações concretas sobre a segunda filha da família Alves. — Uma cambada de inúteis! — Diego resmungou, irritado, enquanto andava de um lado para o outro em seu quarto. Repassando os últimos acontecimentos, ele não pôde evitar pensar que havia algo estranho em Alana. Durante o tempo em que estiveram juntos, Alana parecia tão submissa e dócil. Mas agora que haviam terminado, parecia que ela finalmente estava mostrando sua verdadeira face. — Alana, sua vadia! Já que você foi injusta comigo, não me culpe por ser igual. Vamos ver quem será o vencedor no final! Diego apertou o celular com tanta força que os tendões na parte de trás de sua mão ficaram visíveis. Ele pensou em um contato de alto cargo que tinha dentro do Grupo Griff, alguém com quem havia cultivado uma relação amigável anteriorme