Os dias seguintes à tempestade foram de um silêncio ensurdecedor.
Não o tipo de silêncio calmo, daqueles que acalmam o peito.
Mas o tipo de silêncio que grita em cada canto do corpo.
Que pesa nos ombros e arde no fundo da garganta.Evitei Otávio com maestria cirúrgica.
Mudava de direção ao vê-lo nos corredores, usava tarefas aleatórias como desculpa para não cruzar com ele na ala leste e evitava o refeitório quando ele estava por perto. Se ouvia sua voz no rádio da enfermaria, meu estômago se contraía.
E mesmo assim... senti