POV LIANNA
Eu deixei as crianças na escola com o coração partido por não poder ficar mais cinco minutos com elas. Selin me abraçou tão forte que tive que engolir o nó na garganta. Selina me deu um beijo no nariz e pediu pra eu trazer o “chocolatinho da mamãe médica” na volta.
Prometi. Mesmo sem saber se conseguiria cumprir. A vida nunca me deixou planejar nada com muita antecedência.
Segui para o estacionamento, peguei meu carro e dirigi até o hospital, repetindo mentalmente: “Vai ser só um dia. Vai ser só trabalho. Ignore Zayden. Respira. Finge controle.”
É curioso: quanto mais eu dizia “controle”, menos eu sentia que tinha algum.
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Quando cheguei ao hospital, o diretor já me esperava na pequena sala de reuniões adjacente ao bloco administrativo. Adolf Weber era um homem alto, alemão, de olhar firme e postura impecável. Nada nele era simpático, mas tudo era respeitável.
— Doutora Aslan, — ele me cumprimentou com um aperto de mão formal. — Sente-se, por favor.
A mesa estava organiz