José acenou com a mão e disse:
— Sem pressa.
Era só um casaco, ele tinha outros no guarda-roupa.
— Vou pegar algumas roupas para trocar, logo preciso voltar para o laboratório. — Ele falava com um tom nasal bem-marcado e ainda usava uma máscara, deixando claro que estava com um resfriado forte.
— Espere um pouco.
Júlia entrou novamente em casa e voltou com uma garrafa térmica na mão:
— Isso é chá de gengibre que preparei ontem. Lembre-se de beber enquanto ainda está quente.
Ao ouvir a palavra ‘gengibre’, José franziu a testa sem que Júlia notasse.
Ela continuou:
— No saco tem remédios para gripe, são os comuns. As instruções estão na caixa.
José não costuma ficar doente, hesitou ao ouvir isso e quase devolveu a garrafa térmica.
Mas ouviu Júlia dizer:
— Afinal, foi por minha causa que você ficou gripado.
Ele então recolheu a mão que estava prestes a devolver a garrafa.
E olhou para o relógio e viu que o tempo estava se esgotando:
— Obrigado, vou tomar o chá de gengibre e os remédios.
A