Fernanda observava a sopa que passou a manhã inteira preparando ser desprezada com tanto desdém, sentiu uma pulsação na testa:
— É sopa de carne com tomate, faz bem para o bebê.
— Faz bem para o bebê, mas não importa para a grávida, né? Você não viu a camada de óleo em cima? Só de olhar já fico enjoada. Como vou beber isso? — Disse Viviane.
Fernanda respirou fundo:
— E o que você quer que eu faça?
— Nossa, como você é lerda, hein? Isso é algo tão básico e precisa que eu ensine? Não pode tirar a gordura da superfície? Nem sei como conseguiu sobreviver com essa sua inteligência…
Viviane não poupava palavras, sua fala era afiada e cruel. Fernanda nunca tinha sido tratada assim. A raiva subiu e ela se levantou, prestes a explodir:
— Com quem você tá falando desse jeito? Viviane, não ultrapasse os limites!
Se Fernanda tivesse prestado atenção, perceberia que o tom de Viviane, assim como as palavras escolhidas, eram exatamente iguais às que ela própria tinha usado para insultar a Viviane no