— Quem é?
Gustavo ouviu a batida na porta e logo limpou as mãos no avental. Olhou para a mesa onde acabara de colocar o peixe e ajeitou cuidadosamente o prato antes de ir atender.
Camila estava regando as plantas no quarto, também ouviu o som e deu uma espiada para fora.
Ela perguntou:
— Quem será? É Thiago?
Gustavo respondeu enquanto estava indo em direção à porta:
— Ele mandou mensagem de manhã dizendo que chega amanhã. Deve ser Dona Helena, pedi a ela uns ovos para você, já que não estava se sentindo bem esses dias.
Na entrada, Júlia observou seu pai.
Seis anos sem vê-lo, os cabelos grisalhos dele haviam se espalhado pelas têmporas, e as rugas eram mais profundas no rosto que outrora fora tão rígido e quadrado.
Quando criança, ela adorava subir nos ombros do pai, mas agora, Gustavo parecia encolhido, envelhecido. Somente seus olhos continuavam os mesmos, brilhantes e penetrantes como sempre.
Júlia disse suavemente:
— Pai…
Gustavo ficou surpreso, mas logo sua expressão endureceu e pe