Virei pra sair da delegacia, mas a sensação de derrota me engoliu inteiro. Cada passo parecia pesar uma tonelada. Como eu podia simplesmente ir embora sabendo que a mulher da minha vida estava ali dentro, algemada, sendo tratada como bandida? A ansiedade queimava no peito. A raiva crescia a cada segundo. Os policiais do lado de fora me encaravam como se eu fosse o próximo da fila.
Quando cheguei na porta, um guarda grandalhão veio pra cima sem avisar e me empurrou com força.
“Ei, não me toca!”, gritei, tentando me segurar no batente.
“Seu idiota, não sou cachorro pra ser empurrado assim!”, xinguei, sangue fervendo.
Ele nem respondeu, só empurrou mais forte, como se quisesse se livrar logo de mim.
“Tira a mão de mim, seu imbecil!”, berrei me debatendo.
“Vai embora, Nick”, disse o delegado da porta, voz cansada. “Acha que gritar vai mudar alguma coisa? Sai daqui e resolve isso na justiça. É o único caminho.”
As palavras dele foram o golpe final. A dor de não poder fazer nada me acertou n