Eu não sabia mais o que fazer. O medo sufocava, o desespero esmagava. Queria fugir dali, mas as algemas prendiam meu corpo e minha alma. Não era só minha liberdade que estava em jogo, era minha vida inteira, a vida dos meus filhos.
Fechei os olhos tentando segurar a dor, mas nada ajudava. A cabeça corria. As carinhas dos trigêmeos apareciam sem parar. Adan, Alisson e Abe. Meus três anjinhos que ainda dependiam de mim pra tudo.
Como ia explicar isso pra eles? Como contar que a mãe que sempre amou e cuidou agora estava algemada, tratada como bandida?
As lágrimas encheram os olhos e escaparam sem permissão.
“Eles dependem de mim. Precisam de mim. Não posso deixar isso acontecer”, pensei, me sentindo cada vez mais fraca.
O delegado, já cansado de me ouvir, olhou pro relógio e soltou seco:
“Deveria ter pensado nisso antes de roubar o colar.”
As palavras dele doeram mais que tapa. Nem se importava se eu tinha feito ou não. A voz fria tornava tudo pior.
Queria gritar, mas a garganta travou.