Gabrielle Goldman
Fechei os olhos com força, como se isso fosse suficiente para silenciar tudo o que gritava dentro de mim. Mas não era, nunca foi, porque o peso daquilo que neguei durante tanto tempo agora parecia esmagar cada centímetro do meu peito. Eu não estava apenas confusa, eu estava cedendo, me vendendo em pequenas partes, tentando fazer algum tipo de acordo com o universo. Como se dissesse: “tudo bem, eu caso com Lucas. Eu cumpro meu papel. Mas me deixa viver isso aqui antes. Só isso.”
Uma barganha tola.
Mas eu estava disposta a oferecê-la mesmo assim.
Passei a ponta dos dedos pelo ombro dele, seguindo a linha de uma de suas tatuagens, sem acordá-lo. Era estranho pensar que passamos horas apenas assim. Abraçados. Nenhuma palavra dita, nenhuma promessa exigida. Apenas a respiraçã