Gabrielle Goldman
O som constante do motor do jato era a única coisa que preenchia o silêncio entre nós. Era como um zumbido distante, abafando meus pensamentos... mas não o suficiente para calá-los. Eu estava ali, sentada na poltrona macia de couro, com os cintos frouxos ao redor da cintura, observando pela janela uma imensidão de nuvens que se estendia como um tapete branco, tão perfeito quanto falso.
E dentro de mim, tudo era turvo.
Aquela calmaria externa, aquele céu limpo e infinito, contrastava com o caos que me atravessava. Por que parecia que cada escolha minha ultimamente exigia que eu sacrificasse outra parte de mim? Eu não estava apenas lutando contra Lucas, contra minha mãe ou contra o maldito legado dos Goldman, eu estava lutando contra minha própria consciência. Contra a mulher que jurei ser. Contra a ideia do que era certo.
Mas talvez... talvez o certo estivesse me matando aos poucos.
Gadreel estava sentado na poltrona em minha frente, calado, en