— Sr. Ângelo, o senhor está bem? Aconteceu alguma coisa?
A voz do motorista, hesitante, ecoou pelo carro após ouvir o som inesperado do banco traseiro.
— Nada. Apenas dirija direito. — Respondeu Ângelo, visivelmente irritado.
— Sim, senhor!
O motorista, experiente e discreto, percebeu que era melhor não fazer mais perguntas.
Com um simples toque, ele levantou a divisória entre os bancos, sem que Ângelo dissesse uma palavra, garantindo a privacidade deles.
Ele sabia que algumas cenas eram melhor não observadas, e decidiu agir de forma prudente, embora, na verdade, ele nada tivesse visto.
Quando Vitória percebeu o gesto do motorista, ela lançou um olhar fulminante em direção a Ângelo, surpresa pela atitude dele.
— Por que você gritou daquele jeito? Está tentando chamar atenção?
Ele encostou a cabeça no ombro dela, a voz baixa e provocativa em seu ouvido.
— Você me apertou com tanta força que quase me machucou. Não posso nem expressar a dor?
Embora a dor fosse real, a satisf