O suco fresco parecia ter sido ligeiramente aquecido com água quente, deixando-o morno.
Quando a comissária percebeu que Ângelo estava voltando, se retirou rapidamente, visivelmente nervosa.
Ela nunca teria coragem de confessar seus sentimentos por ele, temia que isso custasse seu emprego, o que a impediria de até mesmo observá-lo de longe.
Ângelo entregou o copo de suco a Vitória.
Vitória tomou um gole do suco fresco, mas percebeu que estava morno. O suco, morno ao paladar, refletia a atenção cuidadosa desse homem.
— Eu não tenho coração? Como você pode ter tanta certeza disso?
Ele pensava consigo mesmo, sentindo que todo o seu cuidado não era dedicado a ela? Como ela podia dizer que ele não tinha coração?
Vitória tomou outro gole de suco.
— Eu também não tenho coração.
No fundo, ele só queria conquistar o coração dela agora, não era?
Ângelo soltou um riso frustrado. O que mais poderia fazer, se seu desejo atual era exatamente esse: ganhar o coração dela?
O voo de duas