Capítulo 112
Louise Brown
Eu sempre achei que fosse forte. Forte o bastante para aguentar noites sem dormir, pilhas de compromissos, o peso de expectativas alheias e, ainda assim, sorrir. Mas a verdade é que o corpo cobra, e a mente, quando pressionada além do limite, encontra um jeito cruel de nos lembrar que não somos invencíveis.
Naquele dia, depois de mais uma reunião interminável, eu só queria voltar para casa. Estava exausta, com as pernas pesadas, os olhos ardendo e uma dor de cabeça insistente que pulsava como se fosse explodir minhas têmporas. Ainda assim, eu me sentei atrás do volante, convenci a mim mesma de que poderia dirigir.
As ruas de Nova Iorque nunca foram gentis, mas naquela noite pareciam ainda mais hostis. O trânsito caótico, buzinas, luzes que piscavam de todos os lados. Eu tentava manter a atenção, mas meus olhos embaçavam. Pisquei várias vezes, esfreguei as mãos no volante, tentando me manter desperta.
Foi então que o mundo escureceu.
Um segundo. Talvez menos.