A sala estava exatamente como sempre, os móveis no mesmo lugar, o ar carregado pelo zumbido discreto do computador ligado, a luz fria da lâmpada piscando ocasionalmente no canto do teto. E, ainda assim, algo parecia fora do lugar. Talvez fosse apenas impressão, talvez fosse cansaço. Mas, para Bruno, o espaço parecia mais estreito do que de costume, as paredes pareciam avançar sobre ele, sufocando-o em um aperto invisível. Respirou fundo, tentando afastar a sensação incômoda. Precisava sair dali, espairecer.
Levantou-se e saiu da sala sem destino certo, apenas movido pela necessidade de se movimentar. Caminhar pelo setor talvez ajudasse a aliviar o peso na mente. Enquanto passava pelos corredores, seu olhar percorria os colegas concentrados em suas próprias tarefas. Ninguém parecia notar sua presença de verdade. Isso o incomodava mais do que gostaria de admitir. Sempre gostou de atenção, de ser notado, mas no momento, estava mais para um entre tantos. Alguns olhares até se voltaram par