Acordei assustada, como se um vento gélido tivesse passado direto por dentro de mim. Meus olhos se abriram num sobressalto, e levei alguns segundos para entender onde estava. As cortinas pesadas ainda bloqueavam a luz da madrugada, mergulhando o quarto em penumbra. Meus sentidos estavam confusos, o coração acelerado batendo contra as costelas. E então me lembrei.
O quarto. As portas trancadas. Damon.
Sentei-me devagar, sentindo os lençóis grossos e macios contra minha pele. A lareira crepitava baixo, emitindo apenas calor o suficiente para espantar o frio da madrugada, mas não o suficiente para aquecer meu peito. Foi aí que senti. A presença. Densa. Silenciosa.
Havia alguém ali.
Virei o rosto lentamente. E então o vi.
No canto mais escuro do quarto, onde a luz da lareira não alcançava, ele estava de pé, como uma estátua feita de trevas. Os olhos vermelhos como brasa ardiam no escuro. Damon.
— O que está fazendo aí? — minha voz saiu baixa, trêmula, entre a indignação e o med