Yana
Anos depois...
Ouvi o som da porta se fechando e sabia que era meu pai que acabara de chegar.
Ele havia me dito por telefone que chegaria hoje de viagem.
Eu não sabia em que meu pai trabalhava, apenas que ele fazia entregas.
Eu o amava muito e ele sempre me tratou como seu bem mais precioso. Ao invés da minha mãe, que só me machucava, me batia e falava coisas horríveis por eu ser gordinha, meu pai me amava, cuidava e protegia.
Quando ele viajava a trabalho, eu contava os dias para ele voltar, pois com ele em casa minha mãe não me maltratava. Meu pai jamais permitiria isso.
— Papaiiii — eu gritei e corri para seus braços assim que desci as escadas da nossa casa.
— Minha princesinha — falou me enchendo de beijos. — Como está a menina mais linda desse mundo? — perguntou apertando meu nariz.
— Estou bem, papai. O senhor demorou dessa vez — resmunguei, torcendo o lábio.
Ele me pôs no chão.
— Tive que fazer uma entrega em outra cidade. Trouxe chocolates para você.
— Obaaaa. — Comemorei