O trânsito de Londres era caótico, para dizer o mínimo, era, de longe, um dos piores do mundo, talvez melhor do que o de Salvador, apenas talvez. Mas excepcionalmente naquele dia, o universo parecia conspirar, um pouco, a seu favor. As ruas estavam vazias, raros carros ocupavam a pista.
Lauren Hummel já estava sentada do lado de fora do restaurante francês quando Alexandria chegou. Estacionou a scooter a poucos metros do guard rail de vidro fumê que delimitava o espaço do estabelecimento antes de se livrar do capacete branco e se dirigir à mesa onde a amiga estava.
Não era difícil enxergar Lauren, ainda que todos os lugares estivessem ocupados. O coque laranja feito com mais de meio quilo de box braids se destacava na multidão. Ela não pareceu perceber a chegada da brasileira, os olhos escuros focados no celular dobrável em suas mãos. A pele estava coberta por uma base de pelo menos dois tons acima da cor dos seus braços, era típico dela. Sua marca favorita de maquiagem não fabr