O amor é mesmo aceitável sob qualquer circunstância? Alex conheceu Melissa no meio de um divórcio conturbado, a esposa não aceitava o fim do relacionamento e levou o sêmen de Alex pra fazer fertilização in vitro pra impedi-lo de se separar dela. Sob a constante ameaça de não poder acompanhar o crescimento do filho, Alex acabou não pedindo o divórcio, mas começou a se relacionar com Melissa. O romance entre Alex e Melissa foi intenso e excitante, os dois estavam muito apaixonados, mas a esposa do Alex descobriu e provocou um acidente que fez com que Melissa perdesse a memória. Ao acordar no hospital, Melissa não lembrava mais quem era Alex e o que eles viveram nos últimos meses, e Alex fará de tudo pra ter o amor de Melissa de volta e lutará pra provar pra polícia que a esposa tentou matá-la. Conhecendo o sonho de Melissa de ser médica e mudar de vida, Alex fez uma proposta ousada pra ela, ele realizaria todos os desejos dela, se ela aceitasse ser amante dele por seis meses. Melissa aceitou, mesmo sendo loucura aceitar uma proposta daquela vinda de um "Estranho", mas o envolvimento dos dois fará com que Melissa viva constantemente a sensação de conhecer Alex de algum lugar.
Leer másMELISSA
* Eu nunca imaginei que um homem milionário e dono da metade dos estabelecimentos comerciais de São Paulo fosse cruzar a minha vida e virar ela de cabeça pra baixo. Ele era casado e eu era só uma garota com traumas e virgem, alguém que nunca soube o que era ter um homem dentro de si. Crescer naquela casa sempre foi como dançar em uma corda bamba, esperando a queda a qualquer momento. Minha relação com meus pais era mais uma partitura desafinada do que uma harmonia familiar. Minha mãe, com seu olhar crítico, sempre parecia encontrar falhas até nas minhas melhores conquistas. "Melissa, isso poderia ter sido feito de forma melhor"... Ela dizia, como se perfeição fosse uma obrigação e não uma escolha. Meu pai, por outro lado, estava sempre imerso em seu próprio mundo, distante e indiferente às batalhas diárias que eu enfrentava. Numa noite fria, ao jantar, tentei compartilhar um pouco do meu dia... "Consegui uma boa nota na prova de matemática hoje", eu disse com um sorriso frágil. Minha mãe levantou os olhos do prato por um momento e, sem expressão, respondeu: "Ainda pode melhorar". Respirei fundo, tentando ignorar o constante peso das expectativas sobre meus ombros. Meu pai, absorto em seu jornal, nem mesmo notou minha tentativa de compartilhar algo significativo. "Talvez eles nunca entenderão", pensei com tristeza, enquanto meu sorriso desaparecia na mesma velocidade que surgiu. À medida que os anos passavam, a lacuna entre nós só crescia. Cada tentativa de me aproximar era recebida com uma parede de indiferença ou críticas disfarçadas de conselhos, em vez de ligações afetivas, minha infância era povoada por silêncios pesados e palavras não ditas. Em meio a esse labirinto emocional, comecei a buscar conforto em amigos e em minhas próprias paixões. A primeira vez em que alguém partiu o meu coração eu não tive uma mãe e nem um pai pra me acalentar, eu mesma tive que me curar sozinha, mas prometi pra mim mesma que jamais deixaria outro homem me quebrar novamente daquela forma. Eu aprendi a construir minha própria validação e tentei encontrar beleza nas imperfeições que me tornavam única. No dia em que completei 18 anos, a atmosfera em casa mudou de forma irrevogável, o jantar que planejei para comemorar minha entrada na "idade adulta" se transformou em uma tempestade de palavras afiadas e ressentimento acumulado. —Melissa, agora que você é "oficialmente adulta", talvez seja hora de enfrentar o mundo por conta própria. Meu pai disse, lançando suas palavras como pedras. Minha mãe, com seus olhos que mais pareciam icebergs, ecoou: —Já é hora de você aprender a viver sem depender de nós. A notícia de que eu deveria ir embora foi como um soco no estômago, as palavras de apoio ou encorajamento eram tão ausentes quanto a compreensão mútua que sempre almejei, eu fui confrontada com uma decisão forçada e um coração repleto de mágoa. Eu pedi um prazo pra conseguir juntar dinheiro pra poder sair daquela casa que um dia eu chamei de lar, então eu arranjei um emprego de meio período e trabalhei nele por três meses, eu consegui pouco dinheiro, mas dava pra começar em algum canto, no meu último dia de trabalho, algo aconteceu comigo e eu acordei no hospital com um ferimento na cabeça, estranhamente eu não consegui explicar o que havia acontecido, pois eu não me lembrava, a minha chefe falou que havia saído pra almoçar e quando votou me encontrou caída no chão, eu fiquei três dias em coma, e por não haver câmeras na loja, concluíram que foi um acidente. Eu conseguia lembrar de tudo, menos do dia em questão, e o médico disse que foi um trauma causado pela queda que apagou aquele dia da minha memória, mas como eu lembrava de tudo da minha vida e de todos, não era algo sério. Mesmo internada, meus pais disseram que eu havia dado muitas despesas e eu me senti um lixo. Uma semana depois de eu voltar pra casa, eu empacotei minhas coisas em silêncio, enquanto as lembranças de uma infância tumultuada dançavam ao meu redor. — Você sempre foi uma carga para nós. Minha mãe murmurou, sem um traço de remorso. Com um nó na garganta, encarei o portal que marcava a entrada para um futuro incerto. Eu caminhei até a porta e deixei para trás não apenas um lar, mas uma narrativa de desconexão e desilusão, a rua à frente era meu novo horizonte, e cada passo era uma tentativa de encontrar um sentido para a realidade recém-adquirida. Ao olhar para trás, vi a casa que, de alguma forma, ainda representava o que um dia foi a busca por amor e aceitação. — Talvez, no processo de me perder, eu possa me encontrar. Murmurei para mim mesma, carregando a bagagem física e emocional de uma transição abrupta para a vida adulta. Eu vaguei sem rumo até encontrar uma comunidade, foi onde encontrei um local pra morar. Com uma mão trêmula, tranquei a porta da casa que eu passei a chamar de lar, sentindo o eco do silêncio que preenchia os cômodos vazios. Minha nova residência no subúrbio era uma mistura de esperança e resignação, um refúgio humilde que refletia minha condição financeira precária. Os vizinhos, curiosos e ao mesmo tempo discretos, observavam enquanto eu tentava me integrar a esse novo cenário. O som das crianças brincando na rua e o aroma familiar das refeições caseiras vindas das casas ao redor davam ao subúrbio uma sensação de comunidade que eu nunca experimentei antes, eu senti uma mistura de paz e medo do "novo". Mesmo com as limitações financeiras, eu tinha que aprender a apreciar a simplicidade da vida no subúrbio, o pequeno quintal tornou-se meu oásis, e as noites tranquilas substituíram os dramas familiares que uma vez dominaram meus dias. Cada móvel usado e cada utensílio doméstico desgastado contavam uma história de recomeço. Enquanto minha relação com meus pais permanecia distante, a casa no subúrbio tornou-se um capítulo novo e desafiador na minha jornada, eu me obriguei a entender que a verdadeira força residia na capacidade de se reinventar, mesmo com recursos escassos. E assim, sob o teto modesto do subúrbio, comecei a esboçar a versão adulta de mim mesma, moldada por desafios, mas também guiada pela esperança de um futuro que eu mesma construiria.MELISSA *Eu mal podia acreditar no que estava acontecendo diante dos meus olhos. Alex se ajoelhou lentamente, como se aquele momento fosse sagrado, e com um brilho intenso no olhar, tirou uma pequena caixinha de veludo do bolso. O tempo pareceu parar. Meu coração disparou como nunca antes, minhas mãos começaram a tremer e, sem que eu pudesse evitar, lágrimas de emoção se acumularam nos meus olhos, nublando minha visão."Melissa, você aceita se casar comigo?", ele perguntou, com um sorriso radiante no rosto, a voz carregada de sentimento e esperança.Era como se eu estivesse vivendo um sonho do qual nunca quisesse acordar. Por um instante, o mundo ao nosso redor desapareceu. O barulho das pessoas no parque, as folhas das árvores balançando ao vento, os passarinhos cantando ao longe... nada mais existia além de nós dois.Eu olhei para Alex, aquele homem que havia sido meu porto seguro nos momentos mais difíceis, meu melhor amigo nos dias de alegria e minha fortaleza quando tudo pareci
Contar pra Melissa tudo o que aconteceu em dois anos, doeu em mim, parecia que eu estava mexendo em uma ferida ainda não cicatrizada, relembrar de toda a situação em que tentei ser forte por nós dois me fez querer morrer, mas tentei não demonstrar isso pra ela, afinal ela estava viva, ela havia voltado pra mim, mesmo sendo desenganada pelos médico.Parecia que eu estava em um sonho e por um breve momento eu tive medo de acordar, eu tive medo de abrir os meus olhos e encontrar a Melissa de olhos fechados e respirando com a ajuda de aparelhos, demorou um tempinho pra ficha cair e eu perceber que ela realmente estava de olhos abertos, comemorando a notícia de que havia passado no curso de medicina.Eu fiquei me perguntando se as coisas finalmente iriam dar certo, e finalmente nós iríamos poder ficar juntos pra sempre, sem a interferência de ninguém.Durante os dois anos de agonia e incerteza, meu amor por Melissa nunca vacilou. Era como se cada batida do meu coração fosse um lembrete con
ALEX*Eu carregava a esperança fervilhante de que Melissa despertasse naquela mesma semana. Uma ansiedade transbordante habitava meu ser, ansioso por compartilhar com ela a notícia de que ela havia passado no exame de medicina. No entanto, essa novidade permaneceu reclusa em meu coração, endurecido por dois longos anos. Durante todo esse tempo, todas as possibilidades de Melissa acordar, todas as esperanças, foram arrancadas de mim. — Eu sinto muito Alex, mas não existe nenhuma possibilidade de recuperação.— Não doutor, tem que haver um jeito, o senhor não pode desistir dela.Falei completamente transtornado pela notícia.— Infelizmente isso está muito além do meu domínio. Eu sinto muito.O fato de eu não ser o marido de Melissa, retirava de mim todos os direitos de decidir sobre sua vida, deixando essa responsabilidade aos pais dela. No entanto, durante todo esse tempo, eles pareciam ignorar a condição da filha, e pra eles foi muito fácil tomar a decisão de matá-la.— Por favor, n
Eu não sabia quem chorava mais, se era eu ou se era ele, mas eu tinha certeza que depois disso, eu nunca mais iria querer sair do lado dele.Que homem ficaria dois anos ao lado de uma mulher que ele não sabia se iria acordar ou não? Aquilo era o tipo de amor que eu iria querer pra vida.— E os meus pais? Como eles ficarem depois de você conseguir isso?— Eles fizeram eu assinar um termo me responsabilizando por você e nunca mais voltaram aqui.— Você está falando sério?— Eu sinto muito por isso meu amor.— Isso não é uma novidade pra mim Alex, eu nunca fui amada por eles, essa é a verdade.— Mas em mim tem amor de sobra.Ele falou enquanto fazia carinho no meu rosto.— E a Camila ainda está presa depois de tanto tempo?— Não.— A justiça desse país só é rígida com gente pobre, rico consegue se livrar muito rápido de tudo.— Mas não foi por causa disso Melissa.— Foi porque então?— Ela se matou dentro da prisão.Eu fiquei imóvel encerando o Alex, eu estava tentando absorver aquela in
MELISSA*A gente não se lembra do nosso primeiro choro ao sair do ventre da nossa mãe, nós não sabemos a sensação, não sabemos do sentimento que é conhecer o mundo pela primeira vez, mas naquela fração de segundos em que eu abri os meus olhos, eu pude compreender a importância da vida, afinal eu estava viva, mas comecei a engasgar e não havia ninguém ao meu lado, talvez eu tivesse que compreender que seria assim o resto da minha vida, talvez não fizesse parte dos planos do meu destino que eu tivesse alguém ao meu lado, eu me desesperei, eu estava assustada, mas então a porta se abriu, e o Alex entrou assustado, mas logo vi um sorriso emocionado, uma felicidade contida, mas que dava para perceber perfeitamente através do olhar dele.— Meu Deus! Você acordou, você acordou meu amor.Ele correu e começou a gritar pelo médico, e logo o médicos e os enfermeiros entraram no quarto.O médico tirou os aparelhos respiratórios de mim, e o olhar dele era de surpresa, eu havia me formado em 18 te
Em coma, o amor da minha vida estava respirando com a ajuda de aparelhos.Eu cheguei no hospital desesperado, esperei até o fim da cirurgia, virei a noite no hospital, e esperei ela acordar, mas ela não acordou.A culpa tomou conta de mim de uma forma avassaladora, eu havia entrado na vida daquela garota apenas pra trazer sofrimento, dor, e talvez a morte.— Alex, você precisa ir pra casa, você também passou por uma cirurgia recente, não pode ficar aqui.— Eu não vou a lugar nenhum, Matheus.Falei aos soluços.Eu nunca havia chorado tanto na minha vida, e poderia até ser ridículo pra um homem da minha idade ficar daquela forma, eu preferia estar no lugar dela, do que vê-la passando por tudo aquilo.Do lado de fora do hospital estava cheio de repórteres, eles pareciam urubus atrás de notícias, e o meu advogado falou pro Matheus que do lado de fora da delegacia também haviam vários deles atrás de confirmar as informações que eu havia passado.— Aquela mulher vai pagar por tudo Matheus,
Último capítulo