— Foi isso, não foi? — Aperto a mão dela na minha, o desespero escorrendo por cada sílaba de cada palavra que sai de mim. — Samiel matou a sua mãe?

Zara balança a cabeça devagar.

— Não. Foi o meu marido. — As lágrimas escorrem pelo rosto dela pela primeira vez. — Ele foi atrás de Lenart enquanto eu estava no trabalho. E ela tentou impedir…

Meu peito fica dolorido, agora nós duas estamos chorando.

— Sinto muito, Zara. — Minha voz sai embargada.

Ela esfrega as costas das mãos no rosto, limpando as lágrimas, mas elas insistem em continuar caindo.

— Quando fui atrás dele, encontrei Lenart chorando na sala, sozinho e com fome. Meu marido estava bêbado, desmaiado no sofá, como sempre. Eu sabia, Lexi… sabia que o futuro do meu bebê seria o mesmo do meu… se eu não me livrasse daquele maldito.

— O que você fez? — pergunto, sem fôlego.

Zara inspira com força, e a voz sai tremida:

— Eu o sufoquei com o travesseiro.

O impulso de abraçá-la é irresistível, e eu cedo. Meus braços envolvem seu corpo