— Você tem ideia do que acabou de fazer? — ele diz, andando devagar na minha direção. — Aparecer aqui… vestida desse jeito…?
— O que eu fiz foi tentar impedir que você matasse a minha amiga.
— E acha que você aqui muda alguma coisa para mim? — Ele ri, mas é um riso sem humor, que me arrepia inteira. — Ou acha que pode mandar em mim agora?
— Não — respondo, sem recuar. — Mas alguém precisa te lembrar que você não precisa ser um monstro se não quiser ser.
Ele para, por um segundo, e o silêncio rouba o meu ar.
Então, em dois passos largos, ele me prende contra a parede. Seu corpo encosta no meu sem me tocar de verdade — o cheiro que é só dele invade a minha cabeça como uma droga.
— Você já viu um meio-chimpanzé louco, Alexia? — ele diz, a voz tão próxima que o ar quente das palavras toca o meu queixo. — Você devia tomar cuidado comigo.
Meu coração tropeça.
— Cuidado com o quê?
Ele inclina o rosto até que o nariz encoste no meu.
— Você é minha agora. Oficialmente. — As palavras saem em s