Aurora Backer
Qual a sensação da morte? Teríamos como acordar em um lugar novo? Lembraríamos de algo se voltássemos para a Terra, se regressássemos ao mundo dos vivos? Para ser honesta, eu sentia estar vivenciando isso agora. Ao meu redor só havia uma espécie de algodão bem branquinho. Ouso tocar e percebo no mesmo instante que é como fumaça, não consigo segurar.
Olho para meus pés, observei pela primeira vez que piso na mesma fumaça que tentei tocar e se dissipou. Confusa, apenas caminho até chegar a um grande corredor branco, uma voz me interrompeu no caminho:
— Aurora! — Reconheço de imediato a voz que me chama, era a voz do meu pai. — Confirmando minhas suspeitas, vejo um senhor no final do corredor, o reconheceria mesmo que se passassem mil anos, corro desesperada até ele para poder abraçá-lo.
Meu pai é um senhor de meia-idade, os cabelos grisalhos me lembram a cor da paz espiritual. Seu sorriso aberto para mim, me remete uma gostosa sensação de esperança, noto quando seus o