Capítulo 143
Riley Black
Dois meses passaram.
Eu me olhei no espelho antes de descer — o vestido de tricô, macio no corpo, a barriga de quase seis meses já anunciando que não estou mais sozinha quando respiro. Toquei a pele com a ponta dos dedos e sorri por um segundo. Depois lembrei da noite anterior e o sorriso murchou.
Luca estava no escritório, como sempre, antes do sol cruzar a janela. O casaco pendurado na cadeira, a camisa aberta no pulso, a veia no antebraço saltada enquanto ele escrevia alguma coisa com a letra firme que todo mundo obedece. Eu fiquei de pé na porta, silenciosa, até ele perceber meu cheiro. Ele sempre percebe.
— Você acordou cedo — disse, sem levantar a cabeça.
— Ou não dormi — respondi, cruzando os braços. — O bebê gosta de me lembrar que manda. Adora um agito.
Ele ergueu os olhos e, por um instante, eu vi a versão dele que só eu conheço: a que fica mole no olhar quando fala do que é dele. Aproximou-se, passou a mão pelo meu cabelo e en