Não sei como você suporta tudo isso.
O semblante de Okan endurece, e ele toma o uísque em um gole só, como se quisesse dissolver algo dentro de si.
—Com você? —Ele diz demonstrando surpresa novamente. Seus olhos estreitados se voltam para mim e depois para ele novamente.
—Sim, ficamos ensaiando hoje à tarde.
Kayra aproveita o momento para segurar meu braço.
— Dá uma licencinha, meu irmão. Vou levar Emily para apresentar aos tios.
— Com sua licença. — Digo com uma leve mesura antes de me afastar com Kayra.
Antes que nos distanciemos, lanço um último olhar para Okan e capto algo nos olhos dele — um brilho maquiavélico que me arrepia.
— Amiga, o que foi aquilo? — Kayra pergunta entre risos, enquanto caminhamos. — Você nem parecia a garota insegura de hoje à tarde, quando falamos sobre você tocar piano.
Dou de ombros, sorrindo.
— É verdade, eu estava insegura. Mas tocar piano é como andar de bicicleta. Assim que toquei aquelas teclas, foi como acessar um arquivo antigo na minha memória e recuperar tudo o que aprendi.
— Real