Val
Caminho pela calçada em busca de um lugar para comer algo, porém, vejo um homem ao telefone em uma parada de ônibus. Ansiosa, me aproximo dele e peço para fazer uma ligação rápida. Tento lembrar o número de Alberto, mas ele não me vem a memória, então ligo para Sil.
— Alô?
— Sil?
— Val?! — Ela praticamente grita ao telefone. — Onde você está, garota?
— Eu estou bem, Sil! Só estou ligando para tranquilizá-la.
— Ok, mas onde você está, menina? — Um ônibus se aproxima e eu preciso encerrar a ligação.
— Estou perto de quem me ama de verdade — falo e desligo. — Obrigada, moço! — Devolvo o celular e ele entra no ônibus. Vou para uma lanchonete ao lado da parada, peço um café preto e pão com queijo, e quando acabo de comer, volto ao cemitério, e sento-me no banco. — Oi, pai, desculpa se não pude vir aqui te ver!
Forço um sorriso.
— Vir aqui abriu novos caminhos para mim. Você me trouxe boas lembranças… Lembranças que haviam se apagado.
Um nó sufoca a minha garganta.
— Sinto muito a sua fa