Rafael
O alívio é palpável, como se todos ao meu redor tivessem prendido a respiração esse tempo todo. Beatriz segura minha mão novamente, sua voz embargada, mas cheia de esperança.
— Você está voltando para mim, Rafael. Eu sabia. Eu sabia…
Eu não consigo abrir os olhos, mas dentro de mim, sei que estou mais perto. O amor dela me trouxe de volta. E agora, eu não vou desistir.
O mundo ainda é um borrão escuro, mas alguma coisa mudou. Posso sentir. Há uma leveza onde antes só existia peso, um fio de luz atravessando a escuridão. Não é físico, não é algo que eu possa tocar, mas é uma certeza. Estou voltando.
A mão de Beatriz continua na minha, como uma âncora. Ela me segura firme, e só o toque dela parece acalmar qualquer tempestade que ainda exista dentro de mim.
— Ele vai ficar bem, vai ficar bem… — ouço Beatriz sussurrar, quase como um mantra para si mesma.
Os médicos continuam falando, algumas palavras chegam até mim, mas se misturam como vozes em um sonho. O único som que realmente