Ramiro
O clima na sala de conferências é tenso. Estou sentado na ponta da mesa, observando André, Marcos e Liam, que escutam minha narrativa com expressões de incredulidade e fúria contida. Começo direto, sem rodeios:
— O ex-marido da Ana, Claudino, invadiu a casa dela enquanto ela dormia e a violentou. — Minha voz é firme, mas o nó na garganta ameaça escapar.
— Ele está pressionando-a para desviar dinheiro da Luxor!
A revolta é imediata. Marcos fecha as mãos em punhos, os olhos cravados na mesa como se a madeira pudesse absorver a sua raiva. André respira fundo, mas a tensão nos ombros é evidente. Liam, sentado ao lado, mantém a calma habitual, mas eu sei que, por trás daquela fachada serena, ele já está calculando o próximo movimento.
— Esse cara assinou a própria sentença, Ramiro. — Marcos rosna, inclinando-se para frente. — A máfia não deixa barato, ainda mais por mexer com uma de nós.
Liam abre seu notebook, os dedos ágeis no teclado. Em poucos minutos, ele já tem informações.