(Miguel)
Eu estava no hospital, focado em atender uma paciente, quando meu celular começou a tocar. Olhei para o visor e vi que era Cássio.
Sabia que ele não ligaria sem motivo urgente, então pedi licença à paciente, dizendo que a chamada era importante.
— Cássio, o que aconteceu? — perguntei, tentando manter a calma, mas a voz dele estava carregada de nervosismo e pânico.
Do outro lado da linha, Cássio estava visivelmente agitado. As palavras saíam entrecortadas, quase inaudíveis, mas eu consegui entender uma frase crucial.
— Patricia... ela foi atropelada — disse Cássio, ofegante. — Ela correu pela rua sem olhar para os lados e o carro a atingiu. Na verdade, acho que ela atropelou o carro.
Meu coração disparou, e eu precisei me esforçar para manter a voz estável.
— Já ligaram para a ambulância? — perguntei, o medo e a preocupação transparecendo na minha voz.
— Sim, a ambulância está a caminho agora. Eles estão levando ela para o hospital. Miguel, por favor, vá para lá e espere por