Na história de Patricia, o passado sombrio com seu ex deixou cicatrizes profundas que ainda ecoam três anos depois. Determinada a recuperar sua vida, ela decide voltar a morar sozinha, enfrentando diariamente os fantasmas que a assombram. Com uma confiança abalada, Patricia confia apenas em seu pai e seu primo, Cassio, mantendo os homens a uma distância segura. Em suas sessões de terapia contínuas, Patricia encontra Miguel, um médico que também atende na clínica. Seu primeiro encontro não é caloroso, deixando-a cautelosa com sua presença. No entanto, o destino os une novamente quando Patricia descobre que Miguel é seu novo vizinho. Ela tenta ignorar as diferentes mulheres que visitam o apartamento dele, mas à medida que seus caminhos se cruzam, uma amizade improvável começa a florescer. Miguel se integra ao círculo de amigos de Patricia, e gradualmente, os dois desenvolvem sentimentos um pelo outro. Enquanto Patricia luta para confiar em um homem novamente, Miguel está determinado a provar que é digno de seu amor. No entanto, o histórico de Miguel com relacionamentos complicados e efêmeros lança dúvidas sobre suas intenções. À medida que enfrentam os desafios do passado de Patricia e as incertezas do presente, eles descobrem que a confiança e o perdão são essenciais para construir um futuro juntos. Será que Patricia conseguirá superar suas barreiras emocionais e abrir seu coração para Miguel? E Miguel, conseguirá convencê-la de que ele é diferente de todos os outros homens em sua vida? Entre traumas superados, amizades fortalecidas e sentimentos emergentes, a história de Patricia e Miguel é uma jornada de cura, crescimento pessoal e, acima de tudo, amor verdadeiro sendo redescoberto nos lugares mais improváveis.
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Minha história terá como foco principal os personagens Patricia e Miguel, mas também haverá a narração dos outros personagens quando for necessário, para que a história tenha uma continuidade e seja compreensível. No entanto, isso ocorrerá apenas quando for indispensável para o desenvolvimento da trama.
Gostaria de alertar que a história contém cenas que podem ser gatilhos para algumas pessoas, que já sofreram ou sofrem com ansiedade e traumas. Se mesmo assim desejarem continuar, espero que tenham uma boa leitura e, por favor, comentem o quanto puderem sobre os capítulos. Adoro ler e responder aos comentários de vocês!
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(Patricia)
Eu segurava minha barriga, sentindo o sangue quente escorrer entre meus dedos trêmulos.
A dor era insuportável, cada respiração era um gemido de agonia, e minha visão estava turva, como se estivesse olhando através de um vidro embaçado.
Meus ouvidos zumbiam, abafando os sons ao meu redor. A cada segundo que passava, eu tinha mais certeza de que iria morrer ali, sozinha e sangrando.
Então, através da névoa de dor e desespero, avistei minha mãe correndo na minha direção, acompanhada de alguns policiais.
Tentei sorrir, um esforço doloroso, mas era um sorriso de esperança. Finalmente, eu acreditava que estaria salva.
一 Patricia! - Minha mãe gritou, a voz trêmula de pânico e alívio.
Ela se ajoelhou ao meu lado, tomando cuidado para não me machucar mais.
一 Oh, meu Deus, aguente firme, meu amor. A ambulância já está chegando.
Assenti com dificuldade, meus olhos marejados de lágrimas. Ergui a mão, suja de sangue, para tocar o rosto dela.
一 Ele... ele me machucou, mãe. - disse, a voz um sussurro rouco. 一 Foi... foi um pesadelo.
一 Shhh, não fale muito agora. - minha mãe respondeu, as lágrimas escorrendo pelo rosto. 一 Depois você conta tudo, se quiser. Mas agora, fique quieta, por favor. Fique comigo.
Assenti novamente, sentindo a escuridão invadir minha visão. O som distante de uma sirene de ambulância crescia, trazendo uma última fagulha de esperança.
Fechei os olhos, deixando-me levar pela escuridão, sabendo que agora, finalmente, eu ficaria bem.
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3 anos depois…
Eu peguei minha bolsa, murmurando para mim mesma que estava atrasada para a minha sessão de terapia.
A rotina de verificar e re-verificar se eu tinha tudo era quase um ritual agora. Chaves, carteira, telefone... tudo parecia estar em ordem.
Mesmo assim, minha mente corria, sempre com medo de esquecer algo essencial. Finalmente, saí de casa e fui para o consultório.
Depois do que aconteceu, minha vida mudou drasticamente. O trauma me deixou com cicatrizes profundas.
Eu não conseguia mais ficar sozinha, nem sair de casa sem sentir uma onda avassaladora de ansiedade.
Cada esquina, cada sombra, parecia esconder uma ameaça. A faculdade, que antes era meu refúgio, foi trancada.
Eu tinha finalmente conseguido morar sozinha, um passo importante para minha independência, mas tudo isso foi interrompido pelo meu ex.
Voltar a morar com meus pais foi como admitir derrota. Eles foram compreensivos e me acolheram, mas a vergonha e a sensação de fracasso pesavam em meus ombros.
Cada dia era uma batalha para encontrar um novo normal, para recuperar pedaços da pessoa que eu era antes.
Chegando ao consultório, inspirei profundamente antes de entrar. A terapeuta, Dra. Beatriz, era uma das poucas pessoas com quem eu conseguia me abrir.
A sala de espera estava tranquila, quase um refúgio. Sentei-me, abraçando minha bolsa contra o peito, tentando controlar minha respiração enquanto esperava ser chamada.
一 Patricia? - A voz suave da recepcionista me chamou, e eu me levantei, tentando parecer mais confiante do que me sentia.
Entrei na sala de terapia, sentando-me na cadeira familiar. Dra. Beatriz me cumprimentou com um sorriso acolhedor.
一 Como você está se sentindo hoje, Patricia?
Respirei fundo, tentando encontrar as palavras.
一 Estou... tentando.
Ela assentiu, encorajando-me a continuar.
一 Isso já é um grande passo. Vamos trabalhar nisso juntas, um dia de cada vez.
Eu sabia que o caminho para a cura seria longo, mas ali, naquele momento, sentia que talvez pudesse dar um passo à frente, mesmo que fosse pequeno.
Hoje era uma data difícil, três anos desde que tudo aconteceu. Ela perguntou como eu estava me sentindo.
一 Esta noite... eu tive pesadelos. - comecei, minha voz um sussurro. 一 Eu sabia que tinha a ver com a data.
A doutora assentiu compreensivamente.
一 É normal que datas significativas tragam à tona lembranças dolorosas. Como você está lidando com isso?
Respirei fundo, decidida a seguir em frente com o que planejava dizer.
一 Depois de muito tempo, eu sinto que se não começar agora a retomar minha vida, nunca mais vou conseguir.
Ela me observou atentamente.
一 Você está pensando em voltar a morar sozinha e retomar a faculdade?
Assenti, sentindo um misto de ansiedade e determinação.
一 Sim. Eu sei que vai ser difícil, mas eu preciso tentar.
Dra. Beatriz me estudou por um momento antes de falar.
一 Você tem certeza disso, Patricia?
Suspirei profundamente.
一 Sim, tenho. Ontem à noite, eu saí com meu primo e alguns amigos. Fomos a um bar perto da minha casa. Eu... não tive nenhuma crise. Conversei, ri, até fiz amizade com um dos rapazes.
Ela pareceu surpresa.
一 Você conseguiu se aproximar de um homem?
Balancei a cabeça, sorrindo timidamente.
一 Sim. Me senti à vontade com ele.
一 Isso é um grande passo, Patricia. Fico feliz que você tenha conseguido se sentir confortável.
Inclinei-me para frente, olhando nos olhos da Dra. Beatriz.
一 Eu só quero me sentir normal de novo. Criar coragem para seguir em frente.
一 Isso é maravilhoso. - ela disse com sinceridade. 一 E quanto ao Diego, seu ex?
Engoli em seco, lembrando-me do passado.
一 Ele está preso há três anos. Eu... tenho que seguir em frente.
A doutora concordou.
一 Vamos continuar com seu acompanhamento, Patricia, e com a medicação também. Você está fazendo progressos significativos.
Assenti, sentindo um peso sendo retirado dos meus ombros.
一 Obrigada, Dra. Beatriz. Por tudo.
Ela sorriu gentilmente.
一 Estou aqui para ajudá-la, Patricia. Você não está sozinha nisso.
Eu me despedi da Dra. Beatriz com um leve sorriso nos lábios, sentindo-me renovada e determinada.
Fechei a porta da sala de terapia suavemente atrás de mim, respirando fundo. Era como se eu estivesse finalmente pronta para um novo começo.
Mas então, assim que me afastei da porta, a dúvida começou a se infiltrar na minha mente.
Será que eu realmente estava pronta? A Dra. Beatriz confiava em mim, mas e se não fosse seguro? E se eu não fosse forte o suficiente?
Os sinais de uma crise começaram a surgir, algo que não acontecia há muito tempo. Minha visão começou a turvar com lágrimas que eu lutava para conter, minha garganta se fechou como se estivesse sendo estrangulada pela ansiedade.
Eu sabia que não podia ter uma crise ali, não na frente da Dra. Beatriz.
Corri para o banheiro mais próximo, tentando desesperadamente encontrar um refúgio onde pudesse recuperar o controle.
Mas no meio do caminho, esbarrei em alguém que estava vindo na direção oposta.
Meus olhos estavam embaçados, minha respiração entrecortada. Ouvi uma voz masculina suave e preocupada.
一 Hey, calma. Respire.
Tentei pedir desculpas, mas as palavras mal saíram da minha garganta apertada.
O pânico aumentou quando senti sua mão gentilmente segurando meu braço. Eu tremia, lutando contra as lágrimas que ameaçavam transbordar.
(Patricia)As semanas passaram num piscar de olhos, e tudo parecia ter voltado ao normal. Miguel e eu estávamos bem de novo, e ele havia finalmente mandado Bruna embora de nossas vidas. Cassio tinha alugado o apartamento dele para morar com Elen, e Perla, por sua vez, se mudara de vez para a casa de Fabricio. Miguel estava, oficialmente, morando comigo. Era um alívio ter as coisas nos trilhos, com menos peso nas costas.Estávamos todos na sala, aproveitando mais uma tarde de jogos entre amigos, quando, de repente, o gemido de Elen preencheu o ambiente. No início, achei que ela estivesse reclamando de dor por causa da barriga, mas logo percebi que era algo bem mais sério. Me levantei rapidamente da poltrona.— Elen? O que foi? Tá tudo bem? — perguntei, sentindo o coração acelerar.Elen, com a mão na barriga, gemia de dor, os olhos apertados.— A Sophia... tá vindo! — ela murmurou, respirando com dificuldade.Perla arregalou os olhos, quase pulando do sofá.— Ai meu Deus, é agora! — Per
(Patricia)Eu voltei para o apartamento com a cabeça cheia de pensamentos. O caminho até o bar, o encontro com Roger, as palavras entrecortadas de Miguel no chuveiro... tudo isso formava uma teia confusa que não saía da minha mente. Algo estava profundamente errado. O Miguel que eu conhecia não agia assim, não bebia daquele jeito e, definitivamente, não carregava essa culpa silenciosa nos olhos. Ao entrar no apartamento, fui direto à cozinha e preparei uma sopa para ele, tentando manter a calma e controlar a ansiedade que já apertava meu peito. Tomei um banho rápido, ainda tentando afastar os pensamentos sobre o que ele havia murmurado, mas nada fazia sentido.Quando saí, Miguel começava a acordar. Ele colocou a mão na cabeça e fez uma careta de dor. Eu me aproximei, tentando manter uma expressão neutra, e entreguei o remédio com um copo de água.— Aqui, toma isso — falei, enquanto ele se ajeitava na cama.Miguel pegou o remédio sem me olhar diretamente, o que me fez suspirar profun
(Miguel)Entrei no apartamento sentindo o cansaço do dia inteiro pesar sobre meus ombros. “Vai ser rápido,” pensei comigo mesmo. Patricia tinha mandado uma mensagem dizendo que estava com Perla no mercado, então eu sabia que tinha algum tempo antes delas voltarem. Fui direto para o banheiro, como se a água quente pudesse lavar não só o suor, mas também os pensamentos que vinham me atormentando.Fechei os olhos sob o chuveiro, sentindo a água escorrer pelo rosto. As palavras de Patricia ainda ecoavam na minha cabeça, principalmente o tom sério quando ela falou sobre Bruna. Ela estava certa. Droga, ela estava mais do que certa. Um suspiro escapou de mim. Como eu podia ser tão cego?Depois de me vestir, olhei em volta, mas o apartamento vazio só fazia com que os pensamentos voltassem com mais força. Precisava sair, espairecer. Uma volta vai ajudar.Sem rumo, me vi caminhando até o bar que costumava frequentar. Fazia tempo que não aparecia por lá, mas o ambiente me era familiar. O che
(Patricia)Sentei-me no sofá, as lágrimas ainda escorrendo pelo meu rosto. Como Miguel pôde confiar em Bruna e não em mim? Isso não fazia sentido. Eu estava prestes a me casar com um homem que se sentia mais à vontade para abrir seu coração para a prima do que para a mulher que ele dizia amar. Isso me atormentava de uma forma que eu não conseguia colocar em palavras.A raiva e a dor misturavam-se dentro de mim, e, para tentar esfriar a cabeça, decidi tomar um banho. Enquanto a água morna escorria sobre mim, procurei organizar meus pensamentos. Precisei de um pouco de ar fresco, então me vesti rapidamente e fui visitar Elen e Cássio. Eles haviam se mudado recentemente e estavam morando sozinhos. (Patricia)ParisAcordei me sentindo completamente esgotada. Rolei na cama e percebi que estava sozinha. Miguel, como sempre, tinha se levantado antes de mim.Peguei o celular ao lado da cama e vi que já passavam das duas da tarde. Não me surpreendi, considerando que praticamente não dormi durante a noite toda. Miguel estava impossível, parecia insaciável, e meu corpo ainda sentia as consequências.Eu sorri para mim mesma, apesar de sentir uma leve dor em minha região íntima. “Ele realmente me esgota”, pensei, me levantando da cama.Caminhei até o banheiro e não confia em mim
Enquanto isso no Brasil…(Cassio)Enquanto eu procurava as chaves do carro pela sala, a voz de Elen me chamou do corredor.— Cassio, a gente vai se atrasar!— Eu sei, eu sei... Só estou procurando as chaves do carro — respondi, tentando esconder a frustração.Revirei mais algumas coisas, até que ouvi Elen me chamando de novo. Quando me virei, ela estava me olhando com aquela expressão divertida e um toque de impaciência. Ela apontou para minha mão.— Sério? — Elen disse, segurando o riso. Quando olhei para a minha mão, lá estavam as chaves, bem firmes entre meus dedos. Comecei a rir junto com ela, sentindo a tensão se dissipar.— O que seria da minha vida sem você? — perguntei, me aproximando e lhe dando um beijo rápido.— Provavelmente nada — ela respondeu, rindo, mas com aquele olhar cheio de amor.Estávamos prestes a sair, prontos para mais uma consulta de ultrassom, quando Elen abriu a porta e, para nossa surpresa, nos deparamos com um casal ali. Os meus pais.A expressão de Elen
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