(Patricia)
Eu voltei para o apartamento com a cabeça cheia de pensamentos. O caminho até o bar, o encontro com Roger, as palavras entrecortadas de Miguel no chuveiro... tudo isso formava uma teia confusa que não saía da minha mente. Algo estava profundamente errado.
O Miguel que eu conhecia não agia assim, não bebia daquele jeito e, definitivamente, não carregava essa culpa silenciosa nos olhos.
Ao entrar no apartamento, fui direto à cozinha e preparei uma sopa para ele, tentando manter a calma e controlar a ansiedade que já apertava meu peito. Tomei um banho rápido, ainda tentando afastar os pensamentos sobre o que ele havia murmurado, mas nada fazia sentido.
Quando saí, Miguel começava a acordar. Ele colocou a mão na cabeça e fez uma careta de dor. Eu me aproximei, tentando manter uma expressão neutra, e entreguei o remédio com um copo de água.
— Aqui, toma isso — falei, enquanto ele se ajeitava na cama.
Miguel pegou o remédio sem me olhar diretamente, o que me fez suspirar profun