Marvila se virou lentamente na cama, com o corpo pesado, o olhar perdido no vazio. Puxou o lençol até o ombro e murmurou, com a voz fraca, triste, como se tivesse desistido de continuar a conversa:
— Eu vou dormir… estou cansada.
Dom ficou parado, observando-a por alguns segundos. O silêncio entre eles parecia cada vez mais espesso, como se as palavras pesassem demais para sair. Ele respirou fundo, passando a mão pela barba, e perguntou num tom baixo, quase hesitante:
— Quer que eu fique com você?
Marvila não respondeu. Fingiu estar adormecendo, fechou os olhos e virou o rosto para o outro lado. Dom ficou ali por mais alguns instantes, sentindo um incômodo difícil de nomear. Por fim, suspirou, se afastou da cama devagar e disse apenas:
— Descanse.
O som suave da porta se fechando ecoou no quarto. Assim que ele saiu, Marvila abriu os olhos de imediato e se sentou na cama, inquieta. O coração batia rápido, como se pressentisse algo. Tentou se distrair arrumando a cômoda da bebê, dobrava