Rosian

— Você não costuma demonstrar manha — professo, fazendo carinho na cabeça de Neamir. Uma de suas pernas está enrolada em torno das minhas. Ceyas está deitado atrás dela, com o rosto enterrado em seus cabelos.

— Não é manha, você só está cheiroso — diz, no entanto, ela não é tão carinhosa, bem, não dessa forma. Neamir tem outros meios de expressar o seu afeto, e poucas vezes ele virá em forma de palavras.

Lembro-me bem de quantas pessoas ela massacrou para nos tirar das grades que nos prendiam. Se penso bem naquele dia, ainda experimento o odor do sangue manchando a minha garganta.

Achava que estava acostumado com o cheiro de sangue até Devian me provar que eu estava errado, porque não, eu ainda desconhecia muita da maldade humana e suas consequências.

— Se continuar falando desse jeito, ela pode se irritar — avisa Ceyas, erguendo a cabeça somente um pouco, deixando os seus fios escuros se misturarem com os de Neamir. Na maior parte do tempo, tende a amarrá-los, mas os deixa livr