Ouço meu celular tocar, o pego na mão, dou uma olhada na tela e mordo o lábio em desespero ao ver que se tratava de uma ligação de Eric. Apesar de tudo, eu era obrigada a atender.
— Fala. — Fui direto ao ponto sem muita simpatia.
— Podemos nos ver? — Seu tom de voz saiu tão oprimido como o de um cachorro que caiu da mudança.
— Não, estou de saída. Não sei que horas vou chegar, e não posso remarcar. — Respirei fundo respondendo com um tom bem forçado enquanto estralava a língua e passava batom.
— Ah, tudo bem. — O tom de voz dele demonstrou que não estava nada bem. — Só… fiquei com saudades.
— Tchau, Eric. — Me despedi rudemente e desliguei. — Quanta paciência eu tive todos esses anos. — Falei comigo mesma e as lembranças vem até mim sem serem convidadas, começo a sentir saudade do meu pai e lembro de Karl.
— O Karl veio visitar você, está treinando tiro ao alvo. Está liberada, senhorita Hernandez. — A inspetora avisou firmemente e então saiu.
— Obrigada, senhora. — Abaixe