Melanie Pov
A criatura avança. Rápida, muito mais do que o tamanho dela deveria permitir. O tamanho dela deveria ser um obstáculo, uma desvantagem, mas não é. Meu coração dispara com tanta força que sinto cada batida pulsar nos meus ouvidos.
Instintivamente, levanto o revólver. Aperto o gatilho. Um estampido seco rasga o ar, o cheiro de pólvora invade minhas narinas, o recuo da arma reverbera nos meus ossos. Mas o tiro não para a criatura. Só a enfurece. Um rosnado profundo reverbera do peito do Urso Vermelho, como o som da terra rachando antes de um terremoto.
Corro. Corro sem direção, sem plano, tentando evitar a morte iminente. A plateia grita de empolgação, como se minha dor fosse um espetáculo digno de risos e aplausos.
Então, sinto. A pancada vem com brutalidade. Uma força avassaladora que me atinge nas costas, me arrancando do chão como se eu fosse uma folha seca jogada ao vento. Meu corpo voa, sem controle, sem rumo, apenas indo. O mundo gira, distorce. Sinto o impacto contra