Silva deu um jeito de não acompanhar o chefe. — Melhor eu ficar aqui na sua ausência, senhor. Eu sou o mais antigo e não podemos descuidar da moça! Giglio pensou um pouco. — Acho que tem razão. Não podemos descuidar dela. Reforce a segurança na casa, Silva. Não deixe que ela escape. Se tudo der certo, hoje ela vai sair daqui escoltada pela polícia! Silva não disfarçou a surpresa. — Acha que o patrão faria isso? Não temos certeza se ela é tão perigosa assim! Giglio alterou-se. — Ela é, Silva! Eu tenho certeza disso, nunca me enganei com mulher alguma! Nem Antonieta me surpreendeu! Ela pensa que me engana! Se essa mulher estiver mentindo, pode ter certeza que ela tem o apoio dela! Vou desmascarar primeiro essa intrusa, depois será a vez dela, pode esperar! Quero ver ela sair daqui escorraçada! Silva segurou a respiração e deixou o chefe se afastar para soltar o ar pela boca. — Eu não vou deixar isso acontecer!— desabafou ao vento. Enqu
O homem sorriu aliviado. — Ah, deve estar falando da tal moça que passou mal e deixou o carro aqui no estacionamento! — Então é verdade, confirma essa história ao meu patrão!— Giglio falava soltando saliva ao vento. Nesse momento, Matteo chegava junto com o garçom. — Vamos embora, Giglio, já sabemos que essa história é fantasia da cabeça desse rapaz. O homem no balcão confirmou a história que Giglio duvidava. — Verdade, ninguém pulou do mar aqui. A irmã da moça veio buscar o carro, e está tudo esclarecido. Sinto muito, mas se estão procurando por alguém não podemos ajudá-los. Giglio se pôs a espalmar as mãos no balcão, inconformado. — Não pode ser! O Silva esteve aqui, vocês estão mentindo! Matteo deu as costas e saiu andando em passos largos. Outros seguranças vieram buscar o chefe, inclusive Almir. — Vamos senhor, precisa enfrentar a ira do patrão— ele disse agitado. Giglio encarou Jorge com ódio. — Você está mentindo. Está enco
Obedeci, porque não tinha outro jeito. Eu já tinha atentado contra a minha própria vida, que diferença faria morrer afogada no mar ou numa banheira? Depois de nua, eu entrei. A estava vazia, e eu congelei em pensar qual seria o próximo passo. Matteo abriu um registro e a água jorrou com força para dentro da banheira. Ousei virar para encontrar os olhos de Matteo. Temia encontrá-los sombrio, mas ele me presenteou com um sorriso que eu ainda não conhecia. Ele estava feliz e lindo, como sempre. — Vai gostar da água — ele disse entrando, logo atrás de mim. O corpo dele colou no meu e agachamos juntos. Ele beijava o meu pescoço, me deixando excitada. Assim que a água cobriu os meus seios, tomados pelas mãos de Matteo, senti o cheiro do mar. — É água salgada?— fiquei curiosa. Ele beijou e roçou os lábios no meu pescoço, enquanto respondia: — Sim, quero você bem salgadinha, só pra mim. Soltei um longo suspiro, relaxando o corpo e des
Silla era a garota de programa que domou o ricaço, poderoso, que só se rendia a uma boa transa! O que dizer de Cinthia, uma mulher comum, como qualquer outra que trabalha muito para ajudar o marido, cujo mesmo conhece desde sempre, mas que nunca teve um gesto de gratidão. Pelo contrário, foi covardemente traída com aquela que lhe devia respeito também. Eu pensava nisso, e caprichava mais para deixar aquele homem tão envolvido, a ponto de ficar cego por mim, não acreditando em ninguém que quisesse me destruir. — Você me deixa louco, Silla. Eu faço o que quiser. Eu te dou tudo o que desejar, mas não pare, por favor! Aquelas súplicas eram como música para os meus ouvidos, e ocorreu-me a ideia de finalmente me declarar, como sendo Cinthia. — Eu acho que estou me lembrando, Matteo!— disse, fingindo estar em choque, sem soltar o membro rijo, latejando nas minhas mãos. Matteo estava totalmente excitado e parecia chorar suplicando. — Sei, meu amor, tu
“Eu pulei do penhasco e me joguei ao mar, deixando a dor da decepção apagar todo o meu passado. Eu só queria esquecer aquela traição, mesmo que isso custasse a minha vida, os meus sonhos e por fim, a minha identidade. “ Foi assim que tudo começou… Eu dirigia feliz, havia fechado um grande negócio! Com a venda daquela mansão milionária, finalmente poderia trocar o carro do meu marido. Diogo se queixava sempre que, enquanto não chegasse a tão sonhada promoção na exportadora em que trabalhava, teria que se conformar com o seu carro, que não trocava há três anos. De repente, por ironia do destino, o surpreendo dirigindo quase do meu lado. O farol fechou e ele estava tão ansioso, impaciente, olhando para frente que não me viu. Meu coração disparou de felicidade e eu o segui, ele dirigia rápido e eu desviava dos carros para alcançá-lo, cheguei a gritar o seu nome, mas ele não me ouviu. Para mim, era muita sorte não precisar chegar em casa para lhe contar do meu grande feito, me se
Enquanto as águas me arrastavam, eu refletia sobre tudo o que estava me acontecendo. Cath ainda ia fazer dezenove anos, enquanto eu já tinha quase vinte e seis. Desde criança, ela estava sempre entre nós. Já nesse tempo, Diogo não a suportava! Queria pegar na minha mão, mas ela dizia que iria contar para os meus pais. Quando eu tinha só treze aninhos ele me beijou, escondido no jardim, e ela fez um escândalo! Saiu correndo e contou aos gritos. — Que criança insuportável!— Diogo exclamou e saiu correndo para a sua casa, que ficava no mesmo quarteirão. Eu até achei graça da situação, pois Cath tinha só seis anos e eu achava que se tratava de ciúmes da irmã, apesar que me deu muito trabalho aquela atitude infantil. Meus pais me achavam nova demais para namorar e eu quase levei uma surra! Demorou mais de três anos para os meus pais aceitarem o nosso namoro! Eles davam ordens para que Cath ficasse sempre por perto. Ela não desgrudava de mim, parecia não suportar o Diogo. A
Comecei a afogar de repente. As águas me abraçaram e o mar começou a me puxar, sem que eu estivesse mais no controle. Foi um desespero muito grande, eu comecei a gritar por socorro, quando avistei uma enorme propriedade sobre um penhasco, era uma mansão gigantesca! Minha experiência como corretora de imóveis, me dizia que a casa era habitada por alguém muito poderoso, e eu comecei a gritar por socorro, me debatendo nas águas. De repente, consegui chamar atenção, muitos homens pularam para o mar e vieram na minha direção. Eu não conseguia ver, nem ouvir, em meio ao meu desespero, mas havia uma figura que me observava ao longe, gritando para os seus homens. — Tragam-na, depressa homens! Andem logo com isso! O relógio do seu pulso se chocava contra a parede de pedra que cercava a casa. — Tem que salvá-la!— ele continuou a gritar. De repente, eu fui puxada por braços fortes e pensei que já estava perdendo os sentidos. “ Meu Deus, eu preciso viver!” — dizia em pensame
Um homem forte, com a camisa molhada, deu um passo à frente, saindo do meio dos outros que também haviam pulado na água para me salvar. — O que pretende fazer, senhor? O todo poderoso suspirou, ainda segurando meus ombros. — Vou ficar com ela, levem-na para o meu quarto! — O quê!— parecia mesmo absurdo, o homem, que se destacava dentre os demais subordinados, não estava errado. Dois homens responderam ao sinal do patrão e avançaram para me colocar nos braços. Um foi na frente, abrindo portas, afastando cortinas, enquanto o outro ofegava me levando nos braços para o meu destino. Depois de subir uma escada de pedra, que dava para um corredor, onde o som das ondas do mar parecia mais próximo, enfim chegamos. — O que acha que o patrão pretende?— um perguntou para outro, depois de me deitar no leito. — Não sei, tomá-la como sua amante, talvez! Eu gelei e fingi estar adormecida. — Fala como se o patrão fosse um bandido, um mafioso