[MESES DEPOIS]
— O doutor Al-Madini não tem agenda para essa semana. — murmuro, olhando a tabela no computador. — Somente para daqui um mês. Posso agendar? — a mulher do outro lado da linha confirma. — Ok. Marcado para as duas da tarde. Tenha um bom dia.
Desligo o telefone e me empurro para longe daquela tela de computador.
Há meses, quando Ryan disse que tinha uma entrevista para mim, a última coisa que me imaginei fazendo novamente, seria atender ligações. Ainda mais para um massoterapeuta árabe, que mal fala a mesma língua que eu. Mas era o que me fazia sentir útil e me ajudava a pagar os mimos que gostava de me dar.
Meu celular toca e o nome de Ryan brilha na tela. Já eram cinco da tarde e aquela ligação significava que ele estava do lado de fora, a minha espera.
— Estou saindo. — digo, arrumando tudo no lugar, visto que só voltava na segunda. — Um minuto.
— Quer fazer alguma coisa hoje? Um bar? Balada?
Torço o nariz e rio ao mesmo tempo. Ryan era filhinho da mamãe e não saia quas