Cecília sentou-se no sofá do quarto de Samara, abraçando uma almofada contra o peito. O chá de camomila esfriava na mesa ao lado, intocado. Ela olhava para o chão, as palavras saindo baixinho, como se admitir o que sentia fosse mais doloroso do que guardar para si.
— Eu não sei o que fazer, Sam. — A voz dela tremia. — Ele... Ele não fala comigo. Se afasta. E agora eu... — Ela passou a mão pelo rosto, secando as lágrimas. — Agora eu estou grávida.
Samara arregalou os olhos, a mão voando até a boca.
— Meu Deus, Cecília... — Ela sorriu, emocionada, mas logo percebeu o desespero da amiga. — Por que você não contou a ele ainda?
Cecília soltou uma risada amarga, cheia de dor.
— Porque ele vive dizendo que não foi feito para amar. Que vai machucar quem estiver ao lado dele. E eu não quero que meu filho cresça ouvindo isso.
Samara segurou as mãos dela, apertando com carinho.
— Você sabe que isso é o trauma dele falando, não o coração dele. Fellipo é completamente apaixonado por você, Cissa.
El